Joseph Blatter: ninguém sabe quanto ele ganha no comando da FIFA
São Paulo - A Copa do Mundo no Brasil tem sido, talvez, a edição que mais sofreu críticas, seja por parte da população do país sede, que não se conforma com os gastos do governo, seja por parte da imprensa, que reporta acusações de corrupção da FIFA e sua ânsia em lucrar demais.
Os números realmente espantam. A entidade responsável pelo Mundial de futebol vai gerar, até o fim do campeonato, 4 bilhões de dólares para a organização, 66% a mais que na Copa da África do Sul, em 2010.
Só em 2013, foram 1,4 bilhão de dólares em receitas, que resultaram em um lucro de 72 milhões de dólares.
De acordo com ela própria, o dinheiro vem, principalmente, da venda dos direitos de transmissão para televisão (60% dos ganhos) e dos contratos com patrocinadores (40%).
No ano passado, foram 1,3 bilhão de dólares em custos. Setenta e dois por cento desse valor foi direcionado exclusivamente para o futebol, em projetos de incentivo, organização de competições e o que eles gostam de chamar de "governança do futebol", o que significa a realização de congressos e os custos com advogados.
No caso da Copa do Mundo no Brasil, os custos operacionais chegaram a 2 bilhões de dólares e a organização jura que pagou tudo do próprio bolso, não do governo brasileiro.
Reservas
Um dos pontos mais polêmicos das contas apresentadas pela FIFA é o de suas enormes reservas: 1,4 bilhão de dólares. O tamanho do cofre impressiona por a Federação ser, na teoria, uma organização sem fins lucrativos.
"Ter reservas suficientes é de grande importância para assegurar a independência financeira da FIFA e sua habilidade de reagir a eventos inesperados", justificou a entidade em sua divulgação de resultados de 2013.
Ela diz que não é possível fazer um seguro para um evento de tal magnitude e, por isso, eles precisam ter dinheiro para cobrir todos os custos caso, por alguma fatalidade, ele venha a não acontecer.
Mas não dizem, por exemplo, quanto dos 75,9 milhões de dólares gastos em salários vão para os executivos e nem como os 36,6 milhões de dólares de bônus para os chefes são distribuídos. Críticos também dizem que os meios de fiscalização são fracos e que não há como verificar se os números apresentados são reais.
2018
O orçamento para o período de 2015 a 2018 será de 4,9 bilhões de dólares, sendo que 2,15 bilhões serão gastos só com a organização da Copa do Mundo na Rússia, daqui a quatro anos. A receita, a FIFA estima, será de 5 bilhões, o que adicionará mais 100 milhões aos cofres da entidade. Julia Carvalho, de /Jean Catuffe/Getty Images
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