AE - O senador tucano Aécio Neves, candidato à Presidência, pediu ao seu antigo desafeto dentro do PSDB, o ex-governador José Serra, que dispute a eleição ao Senado em São Paulo, integrando assim a chapa liderada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição. O pedido foi feito anteontem, horas antes do lançamento do livro autobiográfico de Serra, Cinquenta anos esta noite, em uma livraria na capital paulista. Aécio não foi ao lançamento.
Pelo plano proposto pelo senador ao colega, o ex-prefeito Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, entraria como primeiro suplente na chapa de Serra. O temor é que Kassab, se escolhido como candidato ao Senado, peça votos para Dilma Rousseff ou evite associar sua imagem a Aécio, já que seu partido já definiu apoio ao projeto reeleitoral da presidente.
Serra recebeu de Aécio a garantia de que seria contemplado com um ministério em caso de vitórias do PSDB - na disputa presidencial e ao Senado em São Paulo, o que abriria espaço para que o ex-prefeito assumisse a vaga no Congresso. “Lançar um candidato ao senado do PSDB é a garantia de que o tempo de TV do partido em São Paulo será integralmente dividido entre Alckmin e Aécio”, afirmou Antonio Carlos Mendes Thame, secretário-geral do partido e aliado de Aécio.
Depois de perder a vaga de candidato a vice na chapa de Alckmin - ela será entregue ao PSB -, Kassab passou a pressionar o PSDB paulista para receber a vaga do Senado em troca de apoiar a reeleição do governador tucano.
Na segunda-feira, o ex-prefeito visitou o empresário Paulo Skaf, candidato do PMDB ao Palácio dos Bandeirantes, e vazou a versão de que teria reaberto a negociação para subir no palanque dele. Em outra frente, voltou a conversar também com interlocutores de Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo paulista, e sinalizou que aceitaria ser vice dele.
Ainda dentro da estratégia de abrir todas as possibilidades, Kassab afirmou ontem, durante a convenção do PSD em Brasília, que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles poderá se lançar como candidato de seu partido ao governo.
Segundo Kassab, Meirelles “autorizou” que seu nome seja avaliado pela direção da sigla como alternativa. “Eu ainda vou trabalhar nos próximos dias com os companheiros que entendem que a candidatura própria é a melhor solução”, disse o ex-prefeito. Em visita ontem a São Carlos, no interior de São Paulo. Alckmin deixou claro que sua estratégia eleitoral diverge totalmente da de Aécio. Ele afirmou considerar Kassab um bom nome para concorrer pela coligação do PSDB ao Senado. “Ele tem capacidade para isso”, afirmou o governador.
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