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domingo, 1 de setembro de 2013

A economia brasileira reage, apesar da crise

Wagner Pires
Em meio a turbulências provocadas pela inflação alta, descontrole cambial, aumento da taxa básica de juros, aumento do endividamento das famílias e a política de concessões que ainda não se deslanchou, a economia brasileira mostra reação e o PIB cresce 1,5% no segundo trimestre, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De 0,6% do primeiro trimestre a 1,5% no segundo, o Brasil superou as expectativas e o crescimento apresentado por países desenvolvidos como Estados Unidos (0,6%), Alemanha (0,7%), França (0,5%), Itália (-0,1%), Japão (0,6%), Portugal (1,1%), Coréia do Sul (1,1%) e Reino Unido (0,6%). O México, país muito comparado ao Brasil por ser emergente, mas, ter aberto a sua economia diferentemente do nosso país encolheu (-0,7%).

Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre alcançou R$ 1,202 trilhão, sendo R$ 1,025 trilhão referente ao valor adicionado a preços básicos e R$ 177,0 bilhões aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios. Comparando-se, ainda, ao trimestre imediatamente anterior, o setor da economia que mais se destacou foi a agropecuária com crescimento de 3,9%. Depois a indústria, com aumento de 2,0%, e, em seguida os serviços que registraram expansão de 0,8%.

POUCA POUPANÇA
Como era de se esperar o Brasil continua com uma baixa taxa de poupança que são os recursos que o país tem disponível para proporcionar investimento, sem a necessidade de tomar empréstimos externos. O nosso nível de poupança no último trimestre, segundo o IBGE, foi de 16,6%. Baixíssimo se comparado com outros países mais desenvolvidos.
O Brasil precisaria de uma poupança interna em torno de 30% para alavancar o desenvolvimento estrutural sustentável. Por enquanto a nossa poupança subsidia apenas a construção civil.

Outro dado relevante divulgado pelo Instituto refere-se ao investimento. O Brasil investiu à taxa de 18,6% do seu PIB no segundo trimestre. Comparado com o mesmo período do ano anterior (17,9%) apresentou pequena melhora, mas, ainda, insuficiente para fazer o país avançar à taxa de 4,0% ao ano; o que demandaria investimentos da ordem de 21% do PIB.

Mas, é bem provável que as atuais expectativas para o crescimento brasileiro, hoje em torno de 2,1% e 2,4%, sejam superadas e terminem o ano por volta dos 3%, a depender da continuação desta retomada da economia nacional (do investimento público e privado) em meio a tantas turbulências do mercado e ao baixo crescimento da demanda, que variou apenas 0,3% no período, sinalizando o esgotamento do mercado consumidor afogado em dívidas com sistema financeiro e o mercado de crédito. E dependemos dos investimentos – público e privado – para o país crescer.

PIB DO SEMESTRE
O PIB encerrou o primeiro semestre da seguinte forma: I – Agropecuária: R$ 134.077; II – Indústria: R$ 491.061; III – Serviços: R$ 1.340.300; IV – Valor Adicionado (I+II+III): R$ 1.965.438; V – Impostos sobre produtos: R$ 346.877; VI – PIB (IV+V): R$ 2.312.316

Sob a ótica da geração de riquezas está assim distribuída a nossa economia: Agropecuária (7%), Indústria (25%) e Serviços (68%).

É, ainda, pequena a participação industrial na economia. E a falta de uma melhor integração nacional por meio de vias férreas – que baixam o custo com o transporte – inibe qualquer tentativa de industrialização de regiões como o norte, nordeste e centro-oeste. Como não há motivo para a industrialização dessas regiões por falta de transporte férreo barato, também não há infraestrutura para movimentação e estocagem de cargas como portos secos e centros de distribuição; e, junto deles o desenvolvimento de pólos produtores e cidades bem estruturadas com bom índice de IDH. Mais de quatro mil quilômetros, em certos casos, separam essas regiões dos portos nacionais e dos grandes centros consumidores da região sul e sudeste, inviabilizando qualquer tentativa de investimento dos empresários em produção de manufaturados.

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