Um grupo de 70 pessoas protestou na noite desta quinta-feira pedindo o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), na capital paulista. A passeata saiu da Avenida Paulista, na região central, e foi até o Viaduto do Chá, em frente à sede da prefeitura. No caminho, os manifestantes fizeram paradas no escritório da Presidência da República e no Hospital Sírio-Libanês. O ato foi chamado pelo Fórum Popular de Saúde do Estado de São Paulo do qual participam militantes que pedem melhorias na saúde pública.
Segundo o panfleto distribuído pelo grupo, cada ponto do trajeto teve um significado. A primeira parada, no escritório da Presidência da República em São Paulo, o grupo criticou o volume de recursos federais investidos na saúde pública. “A saúde vai mal porque faltam investimentos nos serviços e nos trabalhadores da saúde. Por isso, exigimos o fim de todas as privatizações, concursos públicos para todas as profissões e a manutenção dos vetos à Lei do Ato Médico”.
O médico de saúde coletiva Vitor Israel reclamou da forma como os recursos são gastos. Na avaliação dele, deveria haver um foco nos investimentos na prevenção de doenças. “Saúde se faz com prevenção. A medicina não tem a cura para uma boa parte das doenças. Mas a maior parte da população espera a dor do câncer ou do infarto para ir ao hospital. Não tem acesso a esse cuidado preventivo”, disse.
Na porta do Hospital Sírio-Libanês, os manifestantes foram impedidos pelos seguranças de entrarem no prédio. O local foi escolhido como símbolo de que o acesso à saúde depende da condição econômica do paciente. A internação do senador José Sarney (PMDB-AM), que está no hospital desde o dia 31 de julho, foi lembrada com ironia. “Que contradição, o Sarney no Sírio e o povo no caixão”, gritava o grupo. Apesar do barulho em frente ao hospital, a ação foi defendida pela militante Thais Miranda. “O povo se trata nos corredores dos hospitais, e lá tem grito, tem briga”, declarou.
O protesto terminou em frente à prefeitura, no centro da cidade, para pedir mais concursos públicos para a área de saúde. “Exigimos da prefeitura que o Programa Saúde da Família seja ampliado para 100% da sua cobertura com trabalhadores públicos”, cobravam os manifestantes por meio do panfleto distribuído para a população.
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