E-mail de Gerhard Erich Boehme. Reproduzo abaixo para os leitores:
Entrevista realizada por Duda Teixeira com Douglas Farah, um consultor de segurança que presta serviços ao governo americano.
Tema: o combate ao crime organizado no mundo.
Farah trata em especial da conivência dos governos ditos bolivarianos com o narcotráfico e evidencia como isso traz riscos enormes ao Brasil. Também aborda a estreita relação desses narcoestados com o Irã.
Abaixo, são reproduzidos alguns trechos da entrevista. Eles devem ser lidos à luz de um fato: a presidente Dilma Rousseff, em parceria com Cristina Kirchner (aquela que foi um arquiteto egípcio em encarnações passadas…), patrocinou a entrada da Venezuela no Mercosul — contra a lei, diga-se. Ao fazê-lo, incorporou ao bloco econômico um país que pode ser chamado hoje, sem qualquer exagero, de narcoestado e que, ademais, mantém relações incestuosas com o estado terrorista iraniano — do qual o governo Lula também se aproximou. Talvez um dia venhamos a descobrir os milhões de motivos que a tanto o moveram.
A questão é séria e diz respeito ao papel que o Brasil pretende desempenhar no cenário internacional. No momento em que alguns equivocados de boa-fé e muitos pilantras disfarçados de equivocados de boa-fé defendem a descriminação do consumo de drogas, convém prestar atenção a que tal política remeteria e a quem beneficiaria. Leiam trechos da entrevista:
Duglas Farah é pago para redigir relatórios de segurança para empresas privadas e órgãos do governo americano, como o Departamento de Segurança Interna e o Departamento de Defesa. Membro do Centro de Avaliação Estratégica Internacional (lasc), de Washington, o consultor americano é especialista em identificar as áreas de influência de cartéis mexicanos, gangues salvadorenhas e grupos terroristas na América Latina. Também revela as armas, os centros de lavagem de dinheiro e os contatos no governo e na Justiça usados por esses criminosos. Autor do livro Merchant of Death (O Mercador da Morte), sobre o traficante de armas russo Viktor Bout, Farah foi criado na Bolívia, onde seus pais, missionários americanos, trabalharam.
Como explicar o avanço do crime organizado na América Latina?
(…) Os criminosos foram convidados pelos governantes de países ditos “bolivarianos”, liderados pelo presidente venezuelano Hugo Chávez, para compartilhar o poder político. Assim, conquistaram uma força inédita na região.
Como é a parceria entre os governos e os criminosos?
(…) Nesses lugares, os criminosos são utilizados como instrumento de política interna e externa e apoiam o poder central. Em troca, cometem seus crimes com total segurança. A existência desse tipo de acordo explica o espetacular crescimento do papel da Venezuela como local de passagem da cocaína para outros países. O mesmo ocorreu com o Equador e a Bolívia.
(…)
Quais são as principais autoridades envolvidas com narcotraficantes?
São muitas. O ministro da Defesa da Venezuela, Henry Rangel Silva, deu apoio material para que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARCS) transportassem drogas, segundo o Departamento de Tesouro americano. O juiz Eladio Aponte, que trabalhou sete anos no Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela e está exilado nos Estados Unidos, também afirma ter provas do envolvimento de altos membros do governo de Hugo Chávez com narcotraficantes. Até fugir para Miami, ele era fiel ao presidente. Na Bolívia, Juan Ramón Quintana, ministro da Presidência, e Sacha Llorenti, ex-ministro de Governo, são suspeitos de manter relações escusas com o crime organizado. Llorenú acaba de ser nomeado embaixador da Bolívia na ONU. No Equador, dois aliados do presidente Rafael Correa, Gustavo Larrea, ex-ministro de Segurança Interna e Externa, e José Ignacio Chauvín, ex-subsecretário de Governo, mantinham vínculos diretos com traficantes das Farc.
(…)
Como a sociedade brasileira é afetada pelos narcoestados da vizinhança?
O Brasil é o segundo maior mercado consumidor de cocaína do mundo e conquistou esse posto porque houve uma mudança na forma de pagamento da droga entre os traficantes. Até os anos 80, quando ainda dominavam o tráfico de cocaína, os colombianos recompensavam seus intermediários em dinheiro. Com isso, a maior parte da droga apenas fazia escala no Brasil, de onde era enviada para outros países. Nos anos 90, os mexicanos mudaram as regras e passaram a pagar de 20% a 50% do valor em mercadoria. Isso obrigou seus parceiros em vários países a arrumar uma maneira de vender a cocaína. Assim, cresceram os mercados domésticos para a droga e suas variações, como o crack, com o impacto conhecido na criminalidade. Quando um viciado fica sem dinheiro, rouba ou comete outros crimes. Os pontos de venda passam a ser disputados, e os bandos começam a se armar com fuzis AK-47 e lançadores de granadas. Quando eles entram em combate com policiais armados apenas com pistolas, o desequilíbrio de forças é tremendo. Não há um único caso no mundo em que o crescimento do consumo de drogas ilícitas não tinha sido acompanhado do aumento da criminalidade.
(…)
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