Existe o mundo das palavras e existe o mundo das coisas. Nunca coincidem perfeitamente, pois as palavras se referem à experiência, mas não são elas próprias aquilo que experimentamos. Parte da angústia humana, e também da beleza de viver, decorre do esforço que fazemos com as palavras para que exprimam, com a menor perda possível, aquilo que vivemos e sentimos.
É certo, no entanto, que o mundo das palavras não existe para trair o das coisas. Na política, o desejável é que o discurso e a vida estejam muito próximos. Ainda que essa atividade compreenda também a dimensão da utopia, dos desejos, do “dever ser”, os amanhãs sorridentes com os quais os políticos costumam acenar não podem ser apenas instrumentos para o engodo e a trapaça.
Olhemos o Brasil. É chegada a hora de usar as palavras certas e ajustá-las à realidade. A partir do parágrafo seguinte, entre aspas, vou exercitar um manifesto que, a meu ver, deve ser palavra encarnada.
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