Quando, provavelmente em 2017 os EUA começarem a exportar petróleo do xisto e começar a mudança do quadro atual de energias no mundo, estaremos completando quase 80 anos em que declaramos que “o petróleo é nosso”. Foi a declaração e atitude mais “tola” feita pelo povo brasileiro que não enxergava o quanto estaria escravizado ao petróleo como realmente ficou, com essa declaração. Durante todas essas décadas sacrificamos o desenvolvimento do país e o progresso do povo, importando bilhões de dólares em petróleo e derivados que, ainda hoje, exigem fortunas que são pagas a exportadores estrangeiros mensalmente, enquanto o “nosso petróleo ” continua nas profundezas de onde não temos recursos para retirar. Petrobrás pretendia aumentar nossa produção atual de 2 bilhões de barris diários para 4,5 bilhões em 2017 mas reconhece que atingirá no máximo 2,75 milhões. A tal ponto chegou a ineficiência da empresa que o campo Roncador produzia 350 mil barris/dia em 2009 e hoje produz 244. O aumento exagerado de pessoal, o início de projetos inconclusos, o gasto de recursos para finalidades outras aliado a má gestão e ao congelamento de preços tornou a estatal em estado financeiro deplorável, com enorme prejuízo a seus acionistas. Em vez de termos empresas privadas extraindo petróleo com seus recursos e riscos, temos uma estatal que toma dinheiro emprestado, pagando atualmente juros elevados e investe em extração que se não resultar produção comercial será encerrada, enquanto o empréstimo e os juros continuarão sendo pagos. Entrementes a Statoil (estatal)da Noruega ,por exemplo, tornou-se uma enorme multinacional com negócios privados em suas áreas de exploração, incluindo o Brasil. Entretanto aqui temos uma Petrobrás ineficiente e uma legislação extremamente prejudicial. Por isso, não temos “ainda” petróleo suficiente, desde 1951.
*Estadão Fórum Leitores (forum@estadao.com)
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