Os funcionários federais das chamadas carreiras de Estado -Banco Central, Receita Federal, Polícia Federal etc. - foram pejorativamente classificados pela presidente da República de “sangues azuis”.
Quem tem "sangue azul” é a própria presidente Dilma, que jamais fez um concurso público, mas há muito tempo recebe do Erário Nacional por exercícios em atividades públicas. Se fosse uma concursada, certamente, ela teria outro comportamento com os servidores federais.
A reposição salarial, para ajustar o poder de compra, corroído pela inflação, é um direito constitucional de todos os trabalhadores. Vê se a presidente Dilma tem coragem de reduzir o seu próprio salário e de seus ministros, como prova de contenção das despesas públicas diante da situação econômica do país em relação à crise mundial?
Durante o governo FHC o funcionalismo público sofreu arrocho salarial, agora é o arrocho salarial da gestão Dilma Rousseff, cujo PT sempre se posicionou a favor dos reajustes salariais. Ademais, causa estranheza a deselegância da presidente ao tachar de “sangue azul” os portadores de salários superiores a R$10 mil. Ou ela acha que todos deveriam se alinhar pelo valor do salário mínimo?
Assim, é inaceitável essa descortesia presidencial ao tratar de forma pejorativa as justas reivindicações salariais dos servidores das chamadas carreiras de Estado, que são importes ao país. De mais a mais, é necessário esclarecer que não há inoportunidade na revisão salarial em causa, visto que essas categorias públicas estão com seus salários defasados há mais de três anos.
Júlio César Cardoso - Bacharel em Direito e servidor federal aposentado - Balneário Camboriú-SC (Texto recebido do autor)
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