O Núcleo Pré-Universitário para Afrodescendentes (PreAfro) do bairro Pedro Jerônimo, em Itabuna, parou de funcionar após 7 anos de existência. O motivo para o encerramento das atividades, que aconteciam no Colégio Dom Ceslau Stanula, foi a violência que ocorre na localidade.O coordenador do projeto, Egnaldo França, conta que a insegurança, por conta de tiroteios e outros atos de violência que acontecem no bairro, afastou professores voluntários e até alunos. Apenas quatro dos quinze escritos no começo de 2012 ainda frequentavam as aulas. Para frequentar o pré-vestibular, alguns estudantes tinham que cruzar o bairro Maria Pinheiro até chegar ao Pedro Jerônimo.
O Núcleo PreAfro do Califórnia ainda funciona com 26 alunos e apoio de voluntários.
Primeiro ressalto sobre a afirmativa: "encerramento" das atividades do PreAfro.
ResponderExcluirVamos a luta. Conhecedor ha pouco tempo do trabalho do Preafro, testemunhei em sala de aula a grande "luta" de alunos em busca de seus objetivos (vestibulares e concursos), mas infelismente devido ao nível de violência em que se encontra a nossa região muitos acabaram sendo forçados a não mais frequentarem as aulas. A atuação situação implora para que o "poder público" da cidade promova mudanças em sua políticas, não apenas com maior número de políciais armados nas ruas, mas sim, que alternativas de sobrevivência seja oportunizada a população negra dos bairros periféricos da cidade, ou continuaremos perdendo nossos amigos e sendo reféns do tão bem "organizado" tráfico de drogas de Itabuna e região. Insisto, não basta força armada, mas oportunidades de vida digna para os jovens da periferia "marginalizados" pelo poder público de nosso Estado. E continuemos a "luta".
Baltazar P.S. - Esp. História do Brasil (UESC) e colaborador na luta do Egnaldo França.
A título de legitimação do já dito em cometário anterior, reforço que o PreAfro não fechou suas portas, mas sim, devido a falta de apoio do "poder público" e da sociedade como um todo está sendo levado a "resistir" apenas com o núcleo que atua no Col. Ubaldo Dantas. Dessa forma, a luta da população negra dos bairros pobres de Itabuna continua sendo travada através do projeto e continuará exigindo dos governantes uma estrutura de ensino capaz de atender as atuais necessidades. Não é apenas a violência do tráfico de drogas que dificulta nossas atividades, mas sim, toda a "violenta política" praticada por nossos governantes que atendendo a agenda capitalista vem sucateando o ensino público, provocando o descredito do mesmo frente aos anseios da população pobre. A falta de emprego, o descredito na educação e a "estrutura racista" que vivemos são os fatores originários do então quadro de violência da região. Portanto, não será com armas que se resolverá o problema, mas sim, através da participação da sociedade/Estado na luta contra a política de criminalização que sofre a população negra. Afinal, quanto mais dificuldades o negro encontra para sua ascensão social, mais as elites asseguram suas cadeiras nos espaços de poder.
ResponderExcluirBaltazar P.S. - Esp. História do Brasil (UESC) e colaborador na luta do PreAfro.