247 – O voto de Ricardo Lewandowski no caso de João Paulo Cunha reacendeu as esperança dos réus da Ação Penal 470, mas Joaquim Barbosa, relator do caso, promete retomar o viés condenatório com força máxima. E um de seus alvos será o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, apontado pela procuradoria-geral da República como “chefe da quadrilha”.
As evidências que Barbosa pretende apontar de um vínculo entre o ex-ministro da Casa Civil e o empresário Marcos Valério de Souza, operador do esquema, são os favores concedidos a Maria Ângela Saragoça, ex-mulher de Dirceu. Ela obteve um emprego no BMG, a pedido de Valério, e um empréstimo no Rural, para aquisição de um imóvel em São Paulo. Também conseguiu ajuda para vender um apartamento de Rogério Tolentino, sócio de Valério, o que envolveu um adiantamento de R$ 20 mil.
O voto de Barbosa sobre Dirceu foi antecipado pela Folha de S. Paulo na edição deste domingo e o advogado de Dirceu, José Luiz de Oliveira Lima, disse apenas que o ex-ministro não sabia desses favores e que não comentaria um voto que deveria ser sigiloso.
Que Joaquim Barbosa irá pedir a condenação de Dirceu, seguindo a orientação do procurador-geral Roberto Gurgel, já é certo. A dúvida é como os demais ministros interpretarão essas evidências e se elas são suficientes para enquadrar Dirceu como “chefe da quadrilha”.
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