A corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, criticou em entrevista ao Estadão a tese utilizada pela defesa dos réus do mensalão, de que o esquema não passou de caixa 2 para campanha eleitoral e não visava a compra de apoio parlamentar ao governo Lula no Congresso. Segundo ela, o que os advogados querem é encarar a prática de caixa 2 como “se fosse conduta corriqueira, socialmente consentida”. “Não conheço as provas dos autos, mas para mim o mensalão soa como corrupção [e não caixa 2]. Eu me impressionei pelas imagens [a cena da entrega do dinheiro nos Correios], até hoje me choca. Não posso ignorar que este é um país de caixa 2. Isso é relativizado na hora que se vai examinar os fatos”, completou a corregedora. Apesar das críticas, Eliana falou sobre sua expectativa para o julgamento. “É uma grande oportunidade de estabelecermos alguns valores morais, éticos, políticos, por isso o julgamento do mensalão é tão importante”, disse. BN
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