247 - Nos últimos dias, o bilionário Eike Batista viveu a ilusão de que poderia resolver um eventual crime cometido pelo filho Thor pelo Twitter na sua conta @eikebatista. Bateu boca com internautas, definiu todos aqueles que criticavam seu rebento como "tolinho" e acompanhou o mesmo procedimento feito por Thor. Filho de Eike e Luma, ele também abriu uma conta no Twitter (@Thor631), onde se apresentou com o braço arranhado -- esta era a foto do seu perfil.
Ontem, no entanto, ele se deu conta de que as coisas não são tão simples. Thor tinha 51 pontos na carteira. Várias delas por excesso de velocidade e há a suspeita de que tenha atingido Wanderson Pereira dos Santos, de 30 anos, numa ultrapassagem pelo acostamento. Bem assessorada por advogados, a família do ciclista humilde, que havia saído para comprar ovos para um tio deficiente quer processar não apenas Thor, mas também o Estado brasileiro por permitir que um jovem com 51 pontos na carteira dirigisse um Fórmula 1 nas estradas -- mimado pelo pai, Thor tem também uma Lamborghini Aventador.
Nesse cenário, ele decidiu contratar o criminalista mais caro do Brasil: Marcio Thomaz Bastos, que foi ministro da Justiça do governo Lula, orientador da defesa dos principais mensaleiros e advogado do próprio Eike numa operação conduzida pela PF contra ele -- graças a essa contratação, ele não foi preso, ao contrário de outros alvos recentes da policia federal.
A versão de Thor, de que estivesse dirigindo na velocidade permitida no trecho, é contestada pela família da vítima. Além disso, o carro que causou o atropelamento, um Mercedes-McLaren, foi autorizado a ser retirado por familiares de Thor do pátio da Polícia Rodoviária Federal antes da perícia ser finalizada. O segundo exame no automóvel foi realizado na última segunda-feira (19), dois dias depois do atropelamento e morte do auxiliar de caminhão. As informações são do delegado titular da 62ª DP (Imbariê), Hilton Pinho Alonso, que ficou responsável por investigar o caso na ausência do titular da 61ª DP (Xerém), Mario Roberto Arruda. A escolha de um nome como o de Thomaz Bastos sinaliza o grau da preocupação de Eike com o desenrolar do caso.
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