Mais dezesseis municípios da região sisaleira decretaram estado de emergência por causa da seca: Serrinha, Candeal, Santaluz, Teofilândia, Araci, Nova Fátima, Pé de Serra, Nordestina, Queimadas, Cansanção, Retirolândia, Senhor do Bonfim, Gavião, São Domingos, Capela do Alto Alegre e Ichu.
Com esses, sobe para 106 o número de localidades que precisam da ajuda da Defesa Civil para o abastecimento de água. Em quase todas as regiões do estado, os prejuízos se multiplicam por causa da estiagem. A falta de chuva já provocou perdas para centenas de pequenos produtores rurais. Quem vive na cidade também está sofrendo com a falta de água. Em Serrinha, por exemplo, além da estiagem, a população chega a ficar até 40 dias sem água nos reservatórios por causa de irregularidades no abastecimento.
Na lavoura de feijão do agricultor Arnaldo Sobrinho, em Santa Bárbara, cidade localizada a cerca de 45 km de Serrinha, não sobrou quase nada. “Nós plantamos, mas quando começou a sair o sol deu em cima e perdemos feijão, está tudo perdido”, afirma.
Na região de Feira de Santana, seis cidades estão em situação de emergência desde setembro do ano passado por causa da seca. Setenta por cento das plantações de milho, feijão e mandioca já estão perdidos.
Em algumas áreas do norte do estado, nem a plantação de palma (planta tipica do semiárido) resistiu. A estiagem já dura cerca de dez meses. A plantação do agricultor Francisco José da Silva já está comprometida. “Está muito difícil porque ainda não choveu. A gente aguardava um plantio na época de dezembro à janeiro e não choveu”, completa.
Em Senhor do Bonfim, também no norte do estado, onde foi decretada situação de emergência há dez meses, mais de 15 mil pessoas da zona rural estão sem água. A produção de leite e carne já caiu pela metade. Na cidade, a água só chega até as casas em semanas alternadas.
Na zona rural de Santaluz, não chove há quase sete meses. O único açude da localidade está secando, só tem água na cisterna. O agricultor Honorato Ferreira conta que perdeu toda a plantação de milho. “Perdemos tudo. As palhas estão aí sem espiga”, relata.
Paulo Maia, prefeito de Filadélfia, aponta que nos oito meses de estiagem deixaram as 30 barragens feitas pelo governo do estado totalmente secas. “Quando amanhece já tem gente na minha porta buscando ajuda, choveu em outubro, mas não deu água” diz o prefeito, e completa, “estamos sem recursos”.
Governo anuncia medidas - O Governo do Estado encaminhará seis medidas de caráter emergencial para atenuar os efeitos de uma das maiores secas no interior do estado, que já atinge quase 200 municípios baianos. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (20), à tarde, durante encontro que reuniu representantes de 107 municípios baianos, entre eles 87 prefeitos, na sede da União dos Municípios da Bahia (UPB), no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador.
Abastecimento de água - O presidente da Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia (Cerb), Bento Ribeiro, anunciou a assinatura de um convênio entre o Governo do Estado e o Ministério da Integração Nacional, com execução da Cerb, e investimento de R$ 169 milhões para a construção de 240 sistemas simplificados de abastecimento de água entre 2012 e 2013. O convênio será assinado no próximo dia 26. Do Portal Clériston Silva
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