Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o investimento será prioridade em 2012. A afirmação foi dada depois de um ano em que, dentre todos os grupos de despesas da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) só o investimento caiu. Apesar da preocupação do governo e dos resultados em 2011, considerados os meses de janeiro dos últimos três anos, 2012 teve o pior nível de investimentos.
No mês de janeiro deste ano R$ 1,4 bilhão foi aplicado em obras e compra de equipamentos. No mesmo período do ano passado R$ 3,2 bilhões já haviam sido desembolsados. Em 2010, a cifra de aplicações chegou a quase R$ 2 bilhões no primeiro mês do ano. Contudo, nos três anos há algo em comum: os restos a pagar ocupam quase 100% do das aplicações, já que o ano apenas começou. Neste sentido, vale ressaltar que é um período pequeno para observações e comparações. Além disso, os resultados ainda não caracterizam uma tendência. (veja tabela)
A principal diferença entre o primeiro mês do ano passado e de 2012 está exatamente no ministério que apresenta maior dotação (R$ 17,6 milhões) para este exercício: Transportes. Em janeiro de 2011 a Pasta aplicou R$ 1,4 bilhão, já no mesmo período deste ano apenas R$ 382 milhões foram desembolsados nesta modalidade.
Outro ministério com grande dotação e que diminuiu aplicações no começo do ano foi Cidades. A Pasta que está sob o comando do novo ministro, Aguinaldo Ribeiro, desde o começo de fevereiro, investiu R$ 39 milhões no último mês, enquanto em igual período de 2011 cerca de R$ 279,5 milhões foram aplicados. A previsão é que R$ 8,9 bilhão sejam desembolsados pela Pasta em 2012 nessa modalidade de pagamento.
Apesar do maior investimento realizado no mês de janeiro de 2011 com o 2012, o ano passado como um todo não apresentou bons resultados. As aplicações em obras e equipamentos caíram de R$ 44,7 bilhões em 2010 para R$ 41,9 bilhões no exercício passado. A redução aconteceu em todas as fases da execução orçamentária (empenhos, liquidações e pagamentos), com exceção dos restos a pagar que passaram de R$ 23,2 bilhões para R$ 25,3 bilhões. As despesas empenhadas, ou seja, reservadas em orçamento, chegaram a cair quase R$ 5 bilhões.
Enquanto isso, as despesas com pessoal e encargos sociais, por exemplo, cresceram R$ 13,2 bilhões, passando de R$ 183,4 bilhões no ano retrasado para R$ 196,6 bilhões em 2011. Outras despesas correntes aumentaram os dispêndios em R$ 84,5 bilhões e chegaram à cifra de R$ 664,6 bilhões no ano passado.
O anúncio do PIB com crescimento zero, no terceiro trimestre de 2011, acendeu a luz amarela no governo federal, gerando promessas de maior dinamismo em 2012. No começo de dezembro, o ministro da Fazenda Guido Mantega, afirmou que “essa desaceleração” ocorreu pela redução dos gastos da administração pública e está de acordo com o esforço do governo em diminuir os gastos governamentais.
A diminuição dos investimentos é ainda mais significativa quando analisados alguns órgãos do executivo federal. O Ministério do Turismo (MTur), por exemplo, passou de R$ 700,4 milhões pagos em 2010 para R$ 561,1 milhões em 2011. Outra Pasta com baixa execução de investimentos é a da Integração Nacional, com aplicações que passaram de R$ 4,8 bilhões em 2010 para R$ 2,7 bilhões em 2011. O ministério que mais investiu em 2011 foi o dos Transportes, com R$ 12,8 bilhões, seguido pelos ministérios da Defesa (R$ 7,1 bilhões) e da Educação (R$ 6,1 bilhões). Do Contas Abertas
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