- Profissionais reclamam de sobrecarga de trabalho;
- 42% das perícias feitas em Itabuna são de Ilhéus
Os cinco médicos peritos do DPT de Itabuna decidiram voltar a fazer necropsias da regional de Ilhéus. A manifestação durou cinco dias. Os profissionais se queixam de sobrecarga de trabalho.
Dados da coordenação regional revelam que 42% das necropsias realizadas entre janeiro e setembro deste ano pela polícia técnica em Itabuna eram oriundas de Ilhéus, que não dispõem do serviço de necropsia desde 2007.
Apesar desse quadro, os peritos do município vizinho não foram realocados para Itabuna e se limitam a fazer exames de lesões corporais. Somente no dia 29 de dezembro passado, o governo publicou decreto transferindo, temporariamente, um dos médicos legistas de Ilhéus,Júlio César de Souza, para reforçar a equipe local.
O DPT atende a 16 municípios e, em agosto de 2007, passou a fazer as perícias da regional de Ilhéus, que abrange outras 12 cidades. Nesse mesmo período, o quadro de médicos legistas foi reduzido. Um profissional morreu, outro está em processo de aposentadoria e um terceiro está de licença. Enquanto isso, sobra médico legista em Ilhéus…
Um médico do DPT itabunense confessou ao PIMENTA que não há tempo para concluir os laudos. “Fazemos rascunhos e as informações somente são passadas para o computador, digitadas quando a Justiça ou o Ministério Público exigem”, afirma. “As perícias estão sendo prejudicadas. Está difícil trabalhar aqui”, desabafa.
Na assembléia desta quinta, os médicos decidiram entrar em greve, “automaticamente”, caso se concretizem as ameaças de retaliações ou perseguições aos profissionais que, desde o dia 1º, não faziam as perícias da regional ilheense.
Ofícios revelam que os médicos e a coordenação regional há mais de um ano exigem uma saída. O estado de greve foi suspenso por 15 dias. É o prazo para as negociações com a diretoria-geral do DPT.
A polícia técnica local necessitaria de, no mímimo, dez médicos legistas para funcionar com maior agilidade. “Enquanto os colegas de Ilhéus recebem sem praticamente trabalhar. Estamos muito sobrecarregados”.
O trabalho de necropsia em Ilhéus era feito num anexo do Hospital Geral Luiz Viana Filho até 2007, sendo desativado por causa da pressão de moradores vizinhos à área e profissionais de saúde.
O novo DPT ilheense começou a ser construído no ano passado, mas a construtora que tocava as obras, faliu. O estado terá de fazer nova licitação para escolher a empresa que continuará a obra.Informações de http://www.pimenta.blog.br/
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