Eles fotografam, escrevem, publicam, comentam e divulgam informações repassadas por terceiros. Não, não são jornalistas. Tampouco adolescentes viciados em redes sociais da internet. São os ministros do governo Dilma Rousseff. Para a alegria dos tuiteiros e desespero das assessorias de imprensa, Alexandre Padilha, titular da Saúde, e Paulo Bernardo, agora à frente da pasta das Comunicações, usam e abusam do microblog. Dos 37 ministros de Dilma, 14 têm perfis no Twitter, mas os dois são os campeões de utilização da ferramenta. Padilha tem mais de 10 mil seguidores e Bernardo, mais de 11 mil. O campeão do ranking da audiência é o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercandante, com mais de 50 mil, mas o petista tem estilo virtual menos vibrante.
Das reuniões com a presidente, passando pelo resultado do futebol e passeios na praia, tudo é notícia nas contas do Twitter de Padilha e de Bernardo. No clube dos “sem intermediários”, o ministro da Saúde foi questionado por um dos seus seguidores sobre o teste do laço para diagnóstico de dengue. Já o ministro das Comunicações leu e retuitou uma reclamação sobre uma marca de celular.
Das reuniões com a presidente, passando pelo resultado do futebol e passeios na praia, tudo é notícia nas contas do Twitter de Padilha e de Bernardo. No clube dos “sem intermediários”, o ministro da Saúde foi questionado por um dos seus seguidores sobre o teste do laço para diagnóstico de dengue. Já o ministro das Comunicações leu e retuitou uma reclamação sobre uma marca de celular.
Na comitiva de Dilma que foi conferir a tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, o ministro da Saúde se superou e bateu todo o noticiário on-line. Munido de seu smartphone e com muita disposição, Padilha postou fotos aéreas do cenário do desastre, mostrou como enfrentou a lama e ainda registrou a presença de outros ministros na visita da presidente ao estado fluminense. Além da “cobertura” fotográfica, o ministro da Saúde tuitou sem parar durante a passagem da comitiva ministerial.
Para acompanhar a empolgação de Padilha com a ferramenta, gestores regionais também começam a criar perfis na rede social. Na semana passada, a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) entrou para o Twitter. Como a sigla já era usada por outro internauta, funcionário do ministério, a secretaria criou o “sesai13”, utilizando a numeração do PT para homenagear a sigla de Padilha. Rápido, para evitar polêmicas sobre a utilização partidária da máquina do governo, o ministro orientou o novato: “Tira o 13,deixa só 1,então, é melhor”, escreveu.
Para acompanhar a empolgação de Padilha com a ferramenta, gestores regionais também começam a criar perfis na rede social. Na semana passada, a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) entrou para o Twitter. Como a sigla já era usada por outro internauta, funcionário do ministério, a secretaria criou o “sesai13”, utilizando a numeração do PT para homenagear a sigla de Padilha. Rápido, para evitar polêmicas sobre a utilização partidária da máquina do governo, o ministro orientou o novato: “Tira o 13,deixa só 1,então, é melhor”, escreveu.
Provocações - Bem-humorado, o ministro também usa o perfil para provocar companheiros e adversários. Almoçando com o senador eleito Lindberg Farias (PT-RJ) em um restaurante luxuoso do Leblon, no Rio de Janeiro, Padilha fotografou o colega de partido e tuitou: “Como diria Darci Ribeiro, Senado é o céu sem precisar morrer. Senador Lindberg já ganha até babador”, publicando a foto do petista com o adereço que levava seu nome. Nem o tucano José Serra passou ileso aos dedos rápidos do ministro. Respondendo a seguidor que destacou a emoção de Padilha ao ocupar a cadeira de seu “inspirador”, o petista respondeu com uma grande gargalhada.
Mas em matéria de provocação, Paulo Bernardo supera Padilha. O episódio em que o cartão bancário do ministro da Saúde falhou é constantemente lembrado pelo paranaense. O ministro das Comunicações tem o hábito de dar bom-dia às pessoas que o cumprimentam pela rede social. Os fins de semana em praias paraenses são fotografados e devidamente tuitados. Por meio da rede social, o ministro contou que teve uma miniaudiência com um garçom que reclamou do preço que pagava pela assinatura de internet a rádio, e ouviu do cidadão sugestões para melhorar o serviço. Internautas também mandam relatórios sobre a utilização da rede elétrica para transmitir a internet banda larga.
Mas em matéria de provocação, Paulo Bernardo supera Padilha. O episódio em que o cartão bancário do ministro da Saúde falhou é constantemente lembrado pelo paranaense. O ministro das Comunicações tem o hábito de dar bom-dia às pessoas que o cumprimentam pela rede social. Os fins de semana em praias paraenses são fotografados e devidamente tuitados. Por meio da rede social, o ministro contou que teve uma miniaudiência com um garçom que reclamou do preço que pagava pela assinatura de internet a rádio, e ouviu do cidadão sugestões para melhorar o serviço. Internautas também mandam relatórios sobre a utilização da rede elétrica para transmitir a internet banda larga.
Ministros “sociais”
Confira os titulares de pastas na Esplanada que têm conta no Twitter
» Alexandre Padilha (Saúde)
» Paulo Bernardo (Comunicações)
» Aloizio Mercadante
(Ciência e Tecnologia)
» Fernando Pimentel (Desenvolvimento Econômico)
» Edison Lobão (Minas e Energia)
» Moreira Franco
(Assuntos Estratégicos)
» Mário Negromonte (Cidades)
» Ideli Salvatti (Pesca)
» Leônidas Cristino (Portos)
» Ana de Hollanda (Cultura)
» Garibaldi Alves (Previdência)
» Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social)
» José Eduardo Cardozo (Justiça)
» Iriny Lopes (Mulheres)
» Alexandre Padilha (Saúde)
» Paulo Bernardo (Comunicações)
» Aloizio Mercadante
(Ciência e Tecnologia)
» Fernando Pimentel (Desenvolvimento Econômico)
» Edison Lobão (Minas e Energia)
» Moreira Franco
(Assuntos Estratégicos)
» Mário Negromonte (Cidades)
» Ideli Salvatti (Pesca)
» Leônidas Cristino (Portos)
» Ana de Hollanda (Cultura)
» Garibaldi Alves (Previdência)
» Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social)
» José Eduardo Cardozo (Justiça)
» Iriny Lopes (Mulheres)
Especialista receita prudência - André Giuliese, diretor da área digital da CDN, empresa especializada em comunicação corporativa, atua com treinamento e orientação da utilização das redes sociais por autoridades e empresas. Ele afirma que o perfil pessoal de um ministro pode resultar em ruídos de comunicação e nem sempre o excesso de interatividade é favorável à pasta. “Temos um produto na política de redes sociais que é a elaboração desse manual de conduta para empresas e instituições. De uma forma geral, a gente recomenda para tomarem cuidado com as informações divulgadas. É fácil criar uma saia justa”, diz o especialista.
“Não sei se um ministro deveria ter um Twitter, mas é muito interessante um Twitter do ministério. O ministro é uma pessoa, se ele reagir de forma emocional, sem querer expõe uma informação confidencial”, acrescenta Giuliese. O diretor de rede social da CDN também orienta as autoridades a não responder ataques via Twitter. As perguntas diretas, no entanto, devem ser respondidas aos seguidores.
No ministério de Dilma, parte dos titulares deixou o Congresso depois da campanha pela reeleição rumo à Esplanada. As contas criadas na rede social para as campanhas permanecem inalteradas e, no perfil dos novos ministros, ainda constam a referência parlamentar e o conteúdo eleitoral.
No Twitter do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), por exemplo, o número que ele usou na urna eletrônica ainda é destacado na ferramenta social. Giuliese afirma que esse é um erro comum, pois a autoridade abre um canal de comunicação, conquista seguidores, mas depois some sem dar notícia. “O público que frenquenta o Twitter pode se sentir enganado. É uma conversação, então tem que interagir. Uma situação péssima é montar um Twitter e abandoná-lo.” (JJ)
No Twitter do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), por exemplo, o número que ele usou na urna eletrônica ainda é destacado na ferramenta social. Giuliese afirma que esse é um erro comum, pois a autoridade abre um canal de comunicação, conquista seguidores, mas depois some sem dar notícia. “O público que frenquenta o Twitter pode se sentir enganado. É uma conversação, então tem que interagir. Uma situação péssima é montar um Twitter e abandoná-lo.” (JJ)
TUITADAS - Veja o que os ministros andam dizendo no microblog:
Alexandre Padilha, ministro da Saúde (@padilhando)
“Como diria Darci Ribeiro, o Senado é o céu sem precisar morrer. Senador Lindberg já ganha até babador personalizado”
“Na ‘marinete*’ dos ministros, fomos salvos pelas barrinhas de cereais do advogado-geral da União!!!”
“Derramei um taça d′água na camisa do @Paulo_Bernardo. Serei responsável pelo atraso do futuro ministro das Comunicações na revista pré-marinete”
*van que levou os ministros para a cerimônia de posse de Dilma Rousseff
Paulo Bernardo, ministro das Comunicações (@Paulo_Bernardo)
“Meu amigo garçom relatou que a família vive no Nordeste e paga R$ 40 por mês pelo serviço de internet a rádio. Ele sabe bastante sobre o tema”
“Desencaminhado por @gleisi, estou tomando uma cervejinha por aqui. Servidos? Dá licença!”
Do Correioweb
Alexandre Padilha, ministro da Saúde (@padilhando)
“Como diria Darci Ribeiro, o Senado é o céu sem precisar morrer. Senador Lindberg já ganha até babador personalizado”
“Na ‘marinete*’ dos ministros, fomos salvos pelas barrinhas de cereais do advogado-geral da União!!!”
“Derramei um taça d′água na camisa do @Paulo_Bernardo. Serei responsável pelo atraso do futuro ministro das Comunicações na revista pré-marinete”
*van que levou os ministros para a cerimônia de posse de Dilma Rousseff
Paulo Bernardo, ministro das Comunicações (@Paulo_Bernardo)
“Meu amigo garçom relatou que a família vive no Nordeste e paga R$ 40 por mês pelo serviço de internet a rádio. Ele sabe bastante sobre o tema”
“Desencaminhado por @gleisi, estou tomando uma cervejinha por aqui. Servidos? Dá licença!”
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