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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

GASOLINA VENDIDA PELA PETROBRAS FICA MAIS CARA QUE NO EXTERIOR, DIZ CREDIT SUISSE

POR MARTA NOGUEIRA E LUCIANA OTONI, DA REUTERS
A gasolina vendida no Brasil pela Petrobras às distribuidoras de combustíveis está agora mais cara do que a média dos valores realizados no Golfo do México dos EUA, por conta da queda acentuada do petróleo, apontou um relatório do Credit Suisse nesta terça-feira (14/10).

Essa situação favorável para as contas da divisão de Abastecimento da estatal, que importa combustíveis para atender a demanda doméstica, não acontecia há anos.

Segundo analistas do banco, o preço da gasolina no mercado internacional está 1% mais baixo do que os valores no mercado doméstico brasileiro, invertendo dramaticamente uma situação de defasagem que colabora com prejuízos bilionários seguidos à divisão de Abastecimento da Petrobras. ​Em 25 de setembro, os preços internacionais da gasolina estavam 24,3 por cento acima dos preços no mercado doméstico.

Mesmo diante do fim da defasagem entre os preços, o governo brasileiro mantém a decisão de reajustar o preço da gasolina ainda este ano, disse à Reuters uma fonte governamental com conhecimento sobre o tema.

A decisão se baseia, entre outros aspectos, na necessidade de melhorar o caixa da Petrobras, que vinha sofrendo com a venda do combustível no mercado doméstico por um preço inferior ao do mercado externo. "Está mantida a decisão de que seja cumprida a regra anual de reajuste da gasolina", disse a fonte, que pediu para não ser identificada.

De acordo com a fonte, a cotação internacional do petróleo não é o único critério avaliado para se decidir sobre o reajuste de combustíveis. "A Petrobras carregou a defasagem dos preços durante um período e isso tem que ser considerado", disse.

De janeiro a setembro deste ano, a defasagem dos preços da gasolina foi de 17,3 por cento, em média, segundo o Credit Suisse.

O governo vinha sendo cobrado pelo mercado para reajustar os preços dos combustíveis, por conta dos seguidos prejuízos da divisão de Abastecimento da Petrobras. O reajuste do preço da gasolina deve pressionar ainda mais a inflação, que está rodando acima do teto da meta da inflação em 12 meses.

Ainda de acordo com a fonte, há também a estratégia de manter a política de reajuste anual a fim de evitar movimentos bruscos nos valores internos, tanto em períodos de alta do barril do petróleo no mercado externo quanto em períodos de baixa da cotação.

A inversão na defasagem do preço interno da gasolina, segundo o relatório do Credit Suisse, foi motivada principalmente pela redução de 19,2 por cento do preço do combustível no mercado externo, de 25 de setembro até 3 de outubro, em um cenário de queda progressiva da cotação do barril do petróleo. Também contribuiu a apreciação de 1,4 por cento do real frente o dólar no período.

O preço da gasolina foi reajustado pela última vez no Brasil em novembro do ano passado, quando a Petrobras anunciou aumento médio de 4 por cento da gasolina e de 8 por cento no diesel nas refinarias. Na época, especialistas calcularam que a alta da gasolina ao consumidor seria de cerca de 3 por cento.

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