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domingo, 26 de outubro de 2014

Dilma vai ter que governar a crise que ela mesma gestou

Uma correção nos rumos da política econômica será tanto necessária como inevitável já a partir de 2015. Este ano a economia brasileira se estagnou, mas felizmente ainda não chegou a provocar uma onda de desemprego. Os índices já vêm mostrando um recuo na população ocupada, porém por um fenômeno ainda não totalmente avaliado: a chamada população economia ativa, aquela com idade e disposição para trabalhar, encolheu proporcionalmente mais.

Não se trata de uma estagnação que possa ser sustentada até que bons ventos comecem a soprar dos mercados internacionais. A inflação encontra-se em patamar perigoso, oscilando em torno do teto (6,5%) que o próprio governo estabeleceu (está em 6,7%). Alguns preços importantes caíram no exterior, como o do petróleo, atenuando o impacto da desvalorização que o real tem sofrido frente a outras moedas. Assim, inflação brasileira é motivada essencialmente por fatores internos.

Como a matriz do setor elétrico é essencialmente de fonte hídrica, mesmo que as chuvas se regularizem no período úmido que está começando, dificilmente os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste recuperarão o nível de segurança que possibilite o desligamento das usinas térmicas. Desse modo, a energia deve permanecer cara para a grande maioria dos consumidores no ano que vem, o que estimulará uma moderação de consumo.

O ajuste da política econômica terá de ser feito inevitavelmente em 2015, já que não será possível uma forte aceleração no ritmo de crescimento. E esse ajuste passa forçosamente por mais controle nos gastos correntes do setor público, tornando preferenciais os investimentos em infraestrutura, com a maior participação possível do setor privado. A execução orçamentária não poderá mais se afastar do compromisso de acumular superávits primários da ordem de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), uma das premissas para que os agentes econômicos e os mercados, daqui e do exterior, voltem a acreditar na capacidade de recuperação da economia brasileira. Uma agenda econômica pesada está à espera do presidente eleito (ou reeleito) hoje. http://www.fabiocampana.com.br

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