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sábado, 2 de junho de 2012

Greve na educação: A paralisia que agita

Greve na educação: a paralisia que agitaCerca de 50 instituições federais de nível superior estão em greve desde o dia 17 de maio. A paralisia que agita tem suas razões. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), há anos os professores vêm lutando pela reestruturação do Plano de Carreira da categoria, exigindo reajuste do piso salarial e incorporação das gratificações.
Em 26 de agosto de 2011, representantes do Governo Federal (Ministérios da Educação e do Planejamento, Orçamento e Gestão) e das entidades representativas dos docentes das carreiras de magistério de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e de magistério de Ensino Superior (PROIFES e ANDES-SN) assinaram o Termo de Acordo N° 4/2011 que dispõe sobre o processo de reestruturação das carreiras do professorado. O acordo, que deveria ter sido concluído até 31 de março de 2012, ainda não foi cumprido.
Os educadores também reivindicam a melhoria das condições de trabalho nas Instituições Federais de Ensino. No início de 2012, di­versos cursos tiveram seu início sus­penso ou atrasado devido à precariedade da infraestrutura de algumas instituições. Faltam professores, laboratórios, equipamentos, salas de aula, restaurantes universitários e bolsas de pesquisa, afetando diretamente a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão.
Paralisia da vontade
A luta dos educadores é por uma educação pública, gratuita e de qualidade. Todavia, a greve é o modo mais ocioso de se protestar. Os meios que até agora foram usados pelos grevistas são marcados por uma paralisia da vontade. A cessação temporária e coletiva do trabalho poderia até mesmo ser inserida nos calendários acadêmicos, tendo em vista que se tornou rotineira – repete-se todos os anos.
A visão da educação agora cansa – o que é hoje a greve, se não isto? Os professore
s e funcionários técnico-administrativos parecem cansados da educação. A apatia dos grevistas é maquiada pela retórica caricatural dos sindicalistas e do movimento estudantil, que não conseguem justificar diante dos interlocutores as razões segundo as quais eles agem. Por isso, muitos estudantes sequer sabem quais são as reivindicações dos educadores. Os alunos limitam-se a assistir a tudo passivamente, lamentando a impossibilidade de estudar nas bibliotecas e salas de aula.
A greve esvazia o espaço que deveria ser de debates, anulando qualquer potencial reflexivo. Ao invés de abandonar as salas de aula e fechar as bibliotecas, que tal transformar as instituições de ensino em autênticos espaços públicos para o debate racional e a crítica da sociedade às ações do Estado? Por que não estimular o protagonismo da opinião pública na construção dos consensos? A paralisia poderia ser convertida em movimentação, mobilizando toda a sociedade brasileira. Professores, técnicos e estudantes deveriam organizar seminários, simpósios, mesas-redondas e grupos de trabalho para discutir a indigência da nossa educação e propor soluções a curto, médio e longo prazo.
Tendo em vista que essa problemática levanta várias questões que não poderão ser respondidas nos estritos limites deste artigo, eu indago: e agora, educador? De http://www.enfu.com.br/

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