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sábado, 9 de junho de 2012

Dos 6 ministros demitidos por Dilma, só Palocci e Rossi se afastaram da vida pública


Um ano depois da demissão que abriu as portas para uma sequência inédita de quedas na Esplanada dos Ministérios, o destino de cada um dos seis ministros envolvidos em denúncias de irregularidades à frente de suas pastas é bem diferente. Enquanto alguns já retornaram ao cenário político por meio das negociações de bastidores ou das movimentações para disputar as eleições municipais de outubro, outros preferiram se afastar de vez da vida pública, caindo no anonimato. Antonio Palocci (PT), Alfredo Nascimento (PR), Wagner Rossi (PMDB), Pedro Novais (PMDB), Orlando Silva (PCdoB) e Carlos Lupi (PDT) têm em comum processos de investigação que tramitam em diferentes áreas do Judiciário e esperam pela conclusão das apurações das denúncias referentes a suas gestões.

Quando Antonio Palocci deixou a Casa Civil, em 7 de junho do ano passado, dificilmente alguém imaginava que ele seria apenas o primeiro de uma longa fila de ministros a enfrentar denúncias envolvendo suas pastas e as relações com empresas prestadoras de serviços para o governo. O processo, que ficou conhecido como faxina da Esplanada, começou menos de um mês depois que surgiram questionamentos sobre o fato de o petista ter multiplicado por 20 seu patrimônio entre 2006 e 2010. O desgaste político com o Legislativo fez com que o Palácio do Planalto afastasse o homem forte do governo Dilma Rousseff ainda no primeiro semestre da administração.
O primeiro ministro demitido voltou a trabalhar em sua empresa de consultoria empresarial e financeira ainda no ano passado, mas continua sendo investigado pelo Ministério Público Federal, na Procuradoria da República do Distrito Federal (PRDF), que apura possíveis atos de improbidade administrativa. O processo, que tramita em sigilo, é acompanhado pelo procurador da República do DF Paulo José Rocha Júnior e ainda não existe um prazo para que a denúncia seja apresentada. Segundo integrantes do diretório estadual do PT de São Paulo, Palocci não participa mais ativamente das decisões do partido, mas mantém na agenda encontros com empresários e políticos da legenda.

Outro que deixou a Esplanada e se afastou dos cargos públicos foi Wagner Rossi (PMDB). Segundo informações de colegas de partido e do diretório estadual do PMDB, o ex-ministro da Agricultura retornou a Ribeirão Preto depois de ser demitido, em agosto de 2011, e tem se dedicado exclusivamente ao agronegócio. No final do mês passado, o MPF do Distrito Federal acionou a Justiça para cobrar o ressarcimento de cerca de R$ 3 milhões que teriam sido desviados da pasta por meio de contratos sem licitação. A ação envolve outras 11 pessoas ligadas ao esquema e pede, além da devolução dos recursos, a punição por meio de sanções civis e políticas. O ex-ministro não foi encontrado para comentar a ação do MPF.


Apesar de continuar na vida pública, o ex-titular da pasta do Turismo Pedro Novais (PMDB) se afastou dos holofotes. Ele retomou sua cadeira na Câmara dos Deputados representando o estado do Maranhão, mas nem sequer foi à tribuna. Não há discursos registrados em plenário desde seu retorno. Novais foi demitido em setembro, depois de um suposto uso indevido de serviços de secretaria parlamentar em funções privadas. A pasta que chefiava também foi alvo de investigações pela Polícia Federal durante a Operação Voucher, que desmascarou um esquema de desvio por meio de convênios irregulares. Segundo o MPF, um processo envolvendo o ex-ministro está sendo investigado pela assessoria jurídica do órgão.
Na ativa
A outra metade dos ministros demitidos durante a faxina continua imersa na política partidária. Envolvidos diretamente nas negociações para as eleições municipais de outubro, Alfredo Nascimento e Carlos Lupi participam ativamente do dia a dia de suas legendas. Já Orlando Silva é apontado como um dos pré-candidatos a vereador na capital paulista e espera conseguir nas urnas a confirmação de que seu nome não foi queimado com as denúncias de irregularidades de sua gestão no Ministério do Esporte. Segundo o secretário do diretório municipal do PCdoB, Rovilson Portela, será uma ótima oportunidade para mostrar que a sociedade entendeu que Orlando teria sido vítima de acusações infundadas.

“A vontade de sua candidatura parte principalmente do partido, que defende que ele seja julgado nas urnas sobre as acusações que recebeu. Como não existiram denúncias concretas por parte da Justiça, uma vez que nenhuma irregularidade foi confirmada, sua candidatura é muito desejada”, argumenta Rovilson. A confirmação do nome de Orlando Silva só sairá no dia 30, quando o partido define seus candidatos. Atualmente, um processo envolvendo o ex-ministro tramita em sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), analisado pelo ministro Cézar Rocha.

O ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi coordena as articulações no PDT para as disputas das principais prefeituras do país. Logo depois de deixar a pasta, em dezembro do ano passado, depois de denúncia envolvendo irregularidades em convênios firmados com ONGs, ele reassumiu o cargo de presidente da legenda. O pedetista é investigado pelo MPF por improbidade administrativa.

Revanche Segundo ministro que perdeu o cargo por denúncias de irregularidades, Alfredo Nascimento retornou ao Senado logo após deixar a pasta dos Transportes e voltou a ser presidente do PR. Apesar de negar que as relações com o Palácio do Planalto continuem estremecidas, o ex-ministro anunciou semana passada que seu partido vai apoiar a candidatura de José Serra (PSDB) à Prefeitura de São Paulo, colocando um ponto final nas negociações entre sua legenda e o PT. “A decisão foi regional e estou aqui como presidente do partido para homologar a decisão. Não tenho nenhum ressentimento nem do Lula nem da presidente Dilma”, garantiu. Nascimento é investigado pela Polícia Federal por denúncias de irregularidades em contratos firmados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) com a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias.

Por onde andam

» Antonio Palocci

Demissão 7 de junho
Quem investiga Ministério Público Federal/ Procuradoria da República do Distrito Federal (MPF/PRDF)
Motivo improbidade administrativa
Situação atual retornou a sua empresa de consultoria

» Alfredo Nascimento

Demissão 6 de julho
Quem investiga Superintendência da Polícia Federal
Denúncia irregularidades em contratos com o Dnit e Valec
Situação atual retornou ao Senado Federal

» Wagner Rossi

Demissão 17 de agosto
Quem investiga Ministério Público do Distrito Federal MPF/DF
Denúncia irregularidades em contratos do Ministério da Agricultura com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e com a Fundação São Paulo (Fundasp)
Situação atual afastado da vida política, retornou a Ribeirão Preto e se dedica ao agronegócio

» Pedro Novais

Demissão 14 de setembro
Quem investiga Ministério Público Federal, processo está sendo analisado pela assessoria jurídica da Procuradoria Geral
Denúncia irregularidades em convênios firmados pelo Ministério do Turismo com Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar)
Situação atual retornou à Câmara dos Deputados

» Orlando Silva

Demissão 26 de outubro
Quem investiga Ministério Público Federal ofereceu denúncia no processo que tramita sob sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Denúncia irregularidades envolvendo convênios do Ministério do Esporte com organizações não governamentais
Situação atual é um dos pré-candidatos do PCdoB à Câmara Municipal de São Paulo

» Carlos Lupi

Demissão 4 de dezembro
Quem investiga Ministério Público Federal
Denúncia improbidade administrativa
Situação atual reassumiu cargo de presidente do PDT

Estado de Minas

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