Meninas também compartilham o fígado; médico considera caso grave. Apesar disso, pais, que são baianos, creem no desenvolvimento das filhas.
A agricultora Iara Pereira Dourado, de 24, deu à luz gêmeas siamesas nessa quarta-feira (10), no Hospital Materno Infantil, em Goiânia. Os bebês são unidos pelo tórax e abdômen, compartilhando o fígado e coração.
De acordo com o médico cirurgião Zacharias Calil, que acompanhou o parto, o nascimento foi tranquilo, mas o caso é considerado grave. Mesmo diante da situação, o pai das meninas, o agricultor Jeiel dos Santos Guedes, de 25 anos, não contém a alegria com a chegada das filhas: “A felicidade supera tudo isso”.
O casal mora na cidade de Ibipeba, na Bahia. Segundo o pai das crianças, batizadas como Anny Beattriz e Anny Gabrielly, ele e a esposa ficaram sabendo que as filhas eram siamesas no sexto mês de gestação. “No sétimo mês, tivemos a certeza absoluta da situação delas e da gravidade. No oitavo mes, nós viemos para Goiânia”, relatou.
Segundo Jeiel, eles tomaram a decisão de vir para a capital goiana, pois a região em que viviam não tinham estrutura para atender a complexidade relacionada a uma gestação que gêmeos siameses exige. “Pesquisamos na internet e vimos que aqui tem uma equipe de referencia.
Além disso, tenho família aqui em Goiânia, minhas irmãs moram aqui, então decidimos vir para ter o melhor para as meninas”, disse.
Apesar da situação, acredita no desenvolvimento das meninas. “No início, lógico que ficamos surpresos com a notícia, mas tivemos fé e força para seguir em frente. E elas são a força que precisamos agora”, disse Jeiel. Cuidados
De acordo com o cirurgião Zacharias Calil, a situação das duas demanda cuidado e atenção. Como elas compartilham o coração, elas precisam se fortalecer para que não haja uma sobrecarga do órgão, que trabalha para manter os dois corpos.
“Elas estão sendo acompanhada desde que chegaram a Goiânia, há 20 dias. Já foram feitos exames de ecocardiograma ainda na barriga da mãe e deve ser feito também quando elas tiverem mais fortes, para detectar alguma má formação ou sobrecarga do coração”, explicou Calil.
Ainda segundo o cirurgião, é cedo para se pensar em qualquer separação. “É muito complexo, porque uma é maior que a outra e a gente não sabe como elas vão reagir.
Os próximos 15 dias são fundamentais para que a gente possa ter noção do que vai acontecer. Se conseguir passar e sobreviver a esse período, aí sim poderíamos pensar em uma cirurgia com um ano, um ano e meio. Vai depender da cardiopatia”, finalizou. Fonte: G1GO