Opera Mundi - Milhares de pessoas participaram neste domingo (13/01) em Paris de uma grande manifestação que exige que o governo socialista de François Hollande volte atrás com o projeto de lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo e adoção por esses casais, que chegará ao Parlamento no final do mês.
Os manifestantes, que tinham fretado mais de 900 ônibus, começaram o percurso de três pontos na capital às 12h local (10h, horário de Brasília), para se encontrarem na grande esplanada do Campo de Marte, aos pés da Torre Eiffel, em uma grande festa final.
A plataforma "Manif Pour Tous", que convocou este protesto e as manifestações regionais realizadas em novembro, saiu às ruas de rosa, branco e azul, distribuindo cartazes com mensagens como "o normal é um papai e uma mamãe".
O grupo, que proibiu durante o desfile palavras de ordem individuais de partidos e organizações religiosas, diz não ter um propósito homofóbico, mas lutar para que a união homossexual não seja chamada de casamento, porque, no entender deles, esse tipo de filiação não se estende a pessoas do mesmo sexo. Também pede para que o projeto seja submetido a um referendo.
Sem números oficiais, os meios de imprensa calculam que "milhares de pessoas" estiveram no protesto, enquanto a ministra de Assuntos Sociais, Marisol Touraine, afirmou neste domingo ao "Canal+" que "sendo dúvida, tinha menos gente" do que os 400 mil esperados.
"Não importam apenas os números, mas a mensagem e a qualidade com que é transmitida", disse a fundadora da "Manif Pour Tour" e humorista, Frigide Farjot, preocupada com o fato de que, as crianças sejam privadas "voluntariamente de pai e de mãe" se a lei os considerar nascidos de duas pessoas do mesmo sexo.
Para o porta-voz do coletivo de lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais Inter-LGBT, Nicolas Gougain, com esse tipo de mensagem, os organizadores estão jogando com o "medo alheio" e apesar das pretensões provocantes, a homofobia implícita é inequívoca.