Débora Melo Do UOL, em São Paulo
O início da propaganda eleitoral na TV fez com que o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, ficasse mais conhecido pelo eleitorado paulistano. A rejeição ao petista, por outro lado, também cresceu.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada na quarta-feira (29), 75% dos eleitores dizem conhecer Haddad. Na pesquisa anterior, divulgada no dia 20, esse percentual era de 64%. Quanto à rejeição, 21% dos entrevistados disseram que não votariam em Haddad de jeito nenhum, contra 15% da pesquisa anterior.
Conhecido por 96% dos entrevistados, o líder em intenções de voto Celso Russomanno(PRB), no entanto, tem apenas 15% de rejeição.
Carlos Melo, cientista político do Insper, afirma que a rejeição a Haddad está relacionada à rejeição ao PT.
“À medida que os anti-PT têm a informação de quem é o candidato do PT, a rejeição a ele aumenta. O PT tem altos índices de aprovação, mas a rejeição ao partido é tão grande quanto”, diz.
Melo afirma ainda que Russomanno se beneficia por não estar no centro dos ataques dos adversários.
"O Russomanno não faz parte de nenhum dos partidos que protagonizam essa polarização em São Paulo nos últimos anos, ou seja, o PT e o PSDB. Ele não tem esse ônus”, diz o cientista político.
As pesquisas feitas pelo Datafolha desde o início do ano mostram uma crescente rejeição ao petista: de 11%, em janeiro, para 21% no último levantamento.
A assessoria de imprensa de Haddad foi procurada duas vezes na sexta-feira (31), mas não respondeu à reportagem.
Russomanno aparece no último Datafolha como líder isolado na disputa, com 31% das intenções de voto --o mesmo percentual que tinha em 20 de agosto; José Serra caiu cinco pontos percentuais e aparece com 22%. Já Haddad cresceu seis pontos e tem 14% das intenções de voto.
Mais rejeitado
O maior índice de rejeição, porém, é o do candidato do PSDB, José Serra: 43%. A rejeição ao tucano está em ritmo crescente desde março, quando 30% dos entrevistados o rejeitavam.
Em entrevista à "TV Estadão" na tarde de ontem (31), Serra classificou sua situação como “natural”. “A rejeição é natural porque eu sou de longe o candidato mais conhecido”, disse o tucano, conhecido por 99% dos eleitores.