Roque nasceu no ano de 1295, na cidade de Montpellier, França, em uma família rica, da nobreza da região. Ficou órfão na adolescência e vendeu toda a herança e distribuiu o que arrecadou entre os pobres. Depois disso viveu como peregrino andante. Percorreu a França com destino a Roma.
Mas antes disso Roque deparou com regiões infestadas pela chamada peste negra, que devastou quase todas as populações da Europa no final do século XIII e início do XIV. Era comum ver à beira das estradas, pequenos povoados só de doentes que foram isolados do convívio das cidades para evitar o contágio do restante da população ainda sã. Lá eles viviam até morrer, abandonados à própria sorte e sofrendo dores terríveis. Enxergando nas pobres criaturas o verdadeiro rosto de Cristo, Roque atirou-se de corpo e alma na missão de tratá-los. Iluminado pelo Santo Espírito, em pouco tempo adquiriu o dom da cura, fazendo inúmeros prodígios.
Fez isso durante dois anos, ganhando fama de santidade. Depois partiu para Roma, onde durante três dias rezou sobre os túmulos de São Pedro e São Paulo. Depois por mais alguns anos peregrinou por toda a Itália setentrional, onde encontrou um vasto campo de ação junto aos doentes incuráveis. Cuidando deles, descuidou-se de si próprio. Certo dia percebeu uma ferida na perna e viu que fora contaminado pela peste. Assim, decidiu refugiar-se sozinho em um bosque, onde foi amparado por Deus.
Roque foi encontrado por um cão, que passou a levar-lhe algum alimento todos os dias, até que seu dono curioso, um dia o seguiu. Comovido, constatou que era seu cão que socorria o pobre doente.
O homem, que não reconheceu em Roque o peregrino milagreiro, a partir daquele momento, cuidou da sua recuperação. Restabelecido, voltou para Montpellier que, na ocasião, estava em guerra. Confundido como espião foi preso e levado para o cárcere, onde sofreu calado durante cinco anos. No cárcere continuou praticando a caridade e pregando a palavra de Cristo, convertendo muitos prisioneiros e aliviando suas aflições, até morrer.
Diz a tradição que quando o carcereiro, manco de nascença, tocou com o pé o seu corpo, para constatar se realmente estava morto, ficou imediatamente curado e começou a andar normalmente. Esse teria sido o primeiro milagre de Roque após seu falecimento, ocorrido em 16 de agosto de 1327, na prisão de seu país de origem.
O seu culto foi reconhecido em 1584 pelo Papa Gregório XIII, que manteve a sua festa no dia de sua morte. Hoje as relíquias de São Roque são veneradas na belíssima basílica dedicada a ele em Veneza, Itália, sendo considerado o santo Protetor contra as Pestes. Fonte: Paulinas Online