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sábado, 5 de julho de 2025

Quaest: 61% das menções ao Congresso nas redes sociais têm tom negativo

Estudo revela 61% de críticas ao Congresso nas redes sociais
Monitoramento da Quaest aponta que a crise em torno do IOF gerou 61% de menções negativas ao Congresso em comparação a apenas 11% ao governo Lula.
Autor: Ricardo Vasconcelos
O recente monitoramento realizado pelo instituto Quaest revelou que o debate nas redes sociais sobre a disputa entre o Executivo e o Legislativo, especialmente em relação à crise envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), resultou em 61% de menções negativas ao Congresso. Em contraste, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva registrou apenas 11% de menções negativas durante o mesmo período. O estudo, que analisou postagens nas plataformas sociais mais relevantes, como X (anteriormente conhecido como Twitter), Instagram, Facebook e YouTube, além de sites de notícias, foi realizado entre 24 de junho e 4 de agosto. Fontes: Valor Econômico

A pesquisa evidenciou que as menções neutras representaram 28% do total. Ao todo, o instituto coletou aproximadamente 4,4 milhões de menções sobre o Congresso e sua interação com o Executivo, que geraram um alcance médio de 32 milhões de contas por hora. Este volume é notavelmente superior ao de outros acontecimentos políticos recentes, como o escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que alcançou 15 mil menções por hora, e o inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, que teve 10 mil menções. O aumento do IOF, por sua vez, gerou apenas 595 menções por hora.

A hostilidade em relação ao Congresso começou a se intensificar a partir de 25 de junho, em consequência da votação contrária à elevação do IOF, que desencadeou uma onda de animosidade contra os parlamentares. Durante esse período, mais de 300 mil menções foram realizadas apenas com a hashtag #InimigosDoPovo. Recentemente, no entanto, a insatisfação se voltou também ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que recebeu um novo pico de críticas.

Segundo o levantamento da Quaest, Lula foi mencionado em 15% dos posts relacionados ao conflito entre os Poderes. Aqui, o presidente teve 45% das citações em tom positivo, enquanto 31% eram negativas e 24% neutras. Esse resultado é significativamente mais favorável do que em disputas anteriores, como no escândalo do INSS, onde as menções negativas ao presidente atingiram 77%. No caso do aumento do IOF, esse percentual foi de 76%. A pesquisa também observou que, ao contrário do que ocorreu em episódios anteriores, a narrativa atual não colocou o governo como o principal alvo de críticas, o que representa uma vitória do governo nas redes sociais.

Entre as postagens que mencionaram a disputa entre o Congresso e o Executivo, 18% usaram a expressão "inimigos do povo", que se destacou como a mais citada. Logo em seguida, "Congresso da mamata" apareceu em 13% das menções. O nome de Hugo Motta foi mencionado em 8% das postagens. O relatório da Quaest sugere que essa personalização das críticas ao Congresso indica uma tendência de associar figuras políticas a decisões impopulares, refletindo uma estratégia de comunicação mais direcionada.

Além disso, a pesquisa apontou uma prevalência do discurso governista nas postagens feitas por parlamentares. Esse resultado foi surpreendente, pois a oposição a Lula geralmente domina em termos de alcance e engajamento nas redes sociais. Entretanto, nesta ocasião, os parlamentares alinhados ao governo mostraram-se mais ativos do que em crises anteriores. De acordo com os dados, 119 parlamentares governistas realizaram 741 postagens sobre as discussões envolvendo a tributação, enquanto 112 membros da oposição apenas conseguiram 378 postagens. Entre os parlamentares do centro, foram 218 postagens feitas por 79 membros.

Em termos de engajamento, a quantidade total de curtidas foi equilibrada, com 1 milhão para cada lado. O número de comentários também mostrou um equilíbrio, com 154 mil para a situação e 159 mil para a oposição. A conclusão do estudo da Quaest indicou que a oposição saiu enfraquecida, enquanto os parlamentares do governo conseguiram manter a mobilização anti-Congresso, utilizando essa temática como uma ferramenta de confronto político e de responsabilização institucional. A oposição, por sua vez, respondeu por apenas 31,5% das postagens, uma queda significativa comparada aos 51% que alcançou durante a crise do INSS.

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