Foto: Divulgação / Telegram
Um relatório da SaferNet, ONG que atua na promoção dos direitos humanos na internet, apontou que 1,25 milhão de usuários do Telegram estão envolvidos em grupos que compartilham e vendem imagens de abuso sexual infantil. Em uma única comunidade, foram identificados 200 mil usuários ativos. O documento, intitulado “Como o Telegram tem sido usado no Brasil como um espaço de comércio virtual por criminosos sexuais”, foi apresentado ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal, evidenciando a gravidade do problema.
A pesquisa da SaferNet analisou 874 links denunciados por conter conteúdo ilegal e encontrou que 149 ainda estavam ativos. Além disso, 66 novos links com conteúdos criminosos foram identificados. Thiago Tavares, presidente da SaferNet, descreveu a situação como uma “feira livre do crime digital”, destacando que a plataforma tem sido utilizada para a venda de imagens geradas artificialmente e a troca de conteúdo ilegal, complicando a identificação dos responsáveis.
A SaferNet também revelou que muitas transações são feitas com criptomoedas, dificultando ainda mais a rastreabilidade dos criminosos. O relatório pede ao MP que atue junto ao Banco Central para abordar a regulamentação do setor e impedir que o sistema financeiro facilite operações ligadas à exploração sexual de crianças. Desde 2021, o Telegram lidera o número de denúncias recebidas pela SaferNet, sendo um dos principais canais para a propagação de pornografia infantil, o que levanta sérias preocupações sobre a sua responsabilidade legal e operacional no Brasil.
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