DEMOLIÇÃO DA CASA DO CORONEL FIRMINO ALVES MARCA O FIM DE UMA ERA EM ITABUNA
Por: Redação O Tabuleiro
A demolição foi acompanhada por lágrimas e reminiscências de moradores
Neste sábado, 19 de outubro, a cidade de Itabuna se despediu com pesar de um importante marco histórico: a casa do coronel Firmino Alves foi demolida, transformando uma parte significativa da história da cidade em entulho. A demolição foi acompanhada por lágrimas e reminiscências de moradores que conhecem bem a trajetória do jovem que, ao chegar nas terras do sul da Bahia, contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da região.
Firmino Alves chegou à região por intermédio de seu tio, Félix Severino de Oliveira, conhecido como “do Amor Divino”. Ele trouxe seus irmãos e suas famílias de Sergipe, concedendo a cada um uma área de terras em um local então quase inabitado, conhecido como Burundanga. Ali, Firmino enfrentou desafios e fez jus à força do seu espírito comunitário, tendo derrubado árvores e transformado a mata virgem na primeira plantação de cacau de Itabuna, por volta de 1867. Esse ato de coragem e trabalho árduo foi o primeiro passo que culminou na formação do arraial de Tabocas.
A cidade que hoje abriga mais de 200 mil habitantes, famosa por sua rica produção cacaueira, teve um início repleto de dificuldade e suor. De acordo com o historiador Adelindo Kfoury, a morte de José Alves em 1874 fez com que Firmino assumisse a responsabilidade de cuidar da família e administrar o comércio local e as novas fazendas de cacau que começavam a prosperar. Com apenas 27 anos, Firmino se mostrou um líder carismático, essencial para a consolidação da fundação e do crescimento do município.
Firmino não apenas prosperou na agricultura, mas também abraçou a política. Ele convidou intelectuais e figuras políticas de Salvador para virem a Tabocas, buscando trazer civilização e desenvolvimento para a comunidade. Para isso, construiu uma casa na rua da Areia (hoje conhecida como Miguel Calmon), que se tornou um local de hospedagem para os novos moradores e contribuidores de sua visão de progresso.
O legado de Firmino Alves e de sua casa, agora demolida, permanece vivo na memória dos itabunenses, que sentem a perda da estrutura que, por muito tempo, simbolizou a história da cidade e o espírito de luta de seus primeiros habitantes. A demolição não é apenas a destruição de um edifício, mas a retirada de uma parte da identidade cultural de Itabuna. Resta à população refletir sobre suas origens e a importância de preservar a memória de quem fez da cidade o que ela é hoje.
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