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domingo, 20 de outubro de 2024

Esquerda leva 135 prefeituras em cidades onde Jair Bolsonaro venceu em 2022

PSB, PDT e PT garantiram, nas eleições deste ano, prefeituras de cidades em que Bolsonaro levou a melhor nas Eleições Gerais de 2022
Foto: Abdias Pinheiro/SECOM TSE
Na cidade de Coronel Pilar (RS), na Serra Gaúcha, o Partido dos Trabalhadores (PT) garantiu a maioria dos votos válidos e levou a melhor sobre o Partido Liberal (PL) na disputa pela prefeitura neste ano. O placar reverte o cenário de 2022, quando Jair Bolsonaro (PL) conquistou a maioria dos votos válidos. Essa mudança de fluxo, da direita para a esquerda, se repetiu em 135 cidades brasileiras, conforme mostra um levantamento que foi realizado pelo portal de notícias Metrópoles.

Das prefeituras conquistadas pela esquerda neste ano, 52 são do Partido Socialista Brasileiro (PSB). O Partido Democrático Trabalhista (PDT) levou outras 52, e o PT, 31. Para o levantamento, a reportagem analisou dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) relativos às Eleições Municipais de 2024 e às Eleições Gerais de 2022.

Em Coronel Pilar (RS), onde a direita teve 78% dos votos, em 2022, Ivan Agatti (PT-RS) e Lucas Antoniolli (PL-RS) travaram a disputa pela prefeitura da cidade no pleito deste ano. O candidato do Partido dos Trabalhadores superou o candidato do Partido Liberal, garantindo 63,5% dos votos válidos, e foi eleito prefeito pelos próximos quatro anos.

O levantamento do Metrópoles ainda aponta que o Rio Grande do Sul concentra 52 dessas cidades que registraram vitória da direita em 2022, mas que agora serão comandadas pela esquerda. Na sequência figura o Espírito Santo, com 16 cidades, e Minas Gerais, 14.

O professor de ciência política e administração pública da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Rodrigo Horochovski destaca que esses movimentos na política brasileira não são estranhos. Ele considera que esse tipo de mudança pode refletir fatores como a mudança na Presidência da República e uma “reacomodação política”.

“Temos um presidente da República que, embora lidere uma frente mais de centro, que foi muito mais anti-bolsonarista do que orientada ideologicamente pela esquerda, é um governo identificado com a esquerda”, indica. “É um recurso de poder importante. Contar com o Executivo Federal pode explicar, em parte, este fenômeno”.

Ainda de acordo com o Metrópoles, Horochovski considera que o resultado apresentado pelas eleições municipais demonstra, principalmente, uma reacomodação do sistema político após um crescimento dos personagens que se apresentam como “antissistema”, especialmente em 2018.

“O que nós vemos, no fundo, inclusive o fenômeno do centrão tem a ver com isso, é um retorno ao que mais ou menos era a política brasileira em sua tradição. Com a sua correlação de forças mais clássica, mais tradicional, embora, digamos assim”, destaca. “Então, há uma mudança no cenário da política nacional nos últimos dois anos, e eu diria que essa mudança é uma reacomodação. E dela, até o PT se beneficia”, exemplifica.

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