O aplicativo, com quase três bilhões de usuários globalmente, é gratuito para uso pessoal
Tânia Rego/Agência Brasil
Até mesmo as mensagens mais simples foram criptografadas e passaram pelos poderosos servidores do WhatsApp, espalhados por data centers ao redor do mundo. Apesar dos custos elevados, nenhum contato paga nada para usar o app. O WhatsApp, com quase três bilhões de usuários globalmente, é gratuito para uso pessoal.
Mas como o WhatsApp gera receita?
Segundo as informações da coluna de Zoe Kleinman, da BBC News Brasil, a resposta está na Meta, empresa-mãe do WhatsApp, que também é dona do Facebook e Instagram. Contas pessoais são gratuitas porque o WhatsApp monetiza clientes corporativos que pagam para interagir com usuários.
Desde o ano passado, empresas podem criar canais no WhatsApp para enviar mensagens a quem aceitar recebê-las, mas pagam para interagir diretamente com clientes por meio de conversas ou transações. Em Bangalore, na Índia, por exemplo, é possível comprar passagens de ônibus e escolher assentos diretamente pelo WhatsApp.
“Nossa visão é permitir que empresas e clientes possam realizar negócios por mensagens”, afirma Nikila Srinivasan, vice-presidente de mensagens comerciais da Meta. Segundo ela, a ideia é que o cliente possa reservar ingressos, fazer devoluções ou até pagamentos sem sair da conversa e continuar normalmente com outras mensagens. Além disso, empresas podem pagar para que anúncios no Facebook ou Instagram redirecionem usuários para o WhatsApp. Esse recurso já gera “vários bilhões de dólares”, afirma Nikila.
Outras plataformas de mensagens adotam abordagens distintas. O Signal, por exemplo, é uma organização sem fins lucrativos que se sustenta com doações, incluindo uma contribuição de US$ 50 milhões de Brian Acton, cofundador do WhatsApp.
Já o Discord, muito popular entre jovens gamers, opera com um modelo freemium: é gratuito para usar, mas oferece recursos pagos, como a assinatura Nitro, que custa US$ 9,99 por mês e inclui streaming de alta qualidade e emojis personalizados.
O Snapchat, por sua vez, combina vários modelos: exibe anúncios, tem milhões de assinantes pagos e vende produtos como os óculos de realidade aumentada Snapchat Spectacles. Além disso, entre 2016 e 2023, arrecadou quase US$ 300 milhões em juros. Mas a principal fonte de receita é a publicidade, que gera mais de US$ 4 bilhões por ano.
A Element, uma empresa britânica, cobra de governos e grandes organizações pelo uso de seu sistema de mensagens seguras, que é executado em servidores próprios. Com uma receita anual na casa dos milhões, a empresa está perto de se tornar lucrativa, segundo seu cofundador, Matthew Hodgson.
Ele acredita que o modelo de negócio mais comum para aplicativos de mensagens continua sendo a publicidade, que utiliza dados sobre interações dos usuários para direcionar anúncios, mesmo sem acessar o conteúdo das mensagens.
“Se você não está pagando pelo serviço, há grandes chances de que você seja o produto”, conclui Hodgson.
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