Cálculos da entidade estimam prejuízo de US$ 580,55 milhões (R$ 3,3 bilhões) em receita cambial por problemas logísticos
Foto: Reprodução / Assessoria
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) divulgou nesta quarta-feira (16) um levantamento referente as exportações de sacas de café do Brasil entre janeiro e setembro deste ano e que apontam para o dano causado por atrasos em portos e alterações de escalas de navios que impediram o transporte de 2,15 milhões de sacas no período.
Segundo matéria da Folha de São Paulo, os cálculos da entidade detalham ainda que, ao não enviar as mais de 2 milhões de sacas ao exterior, o país, que é o maior produtor mundial da commodity, deixou de receber US$ 580,55 milhões (R$ 3,3 bilhões) em receita cambial.
“Nossos associados reportaram um custo extra de R$ 5,938 milhões, devido a detentions, armazenagens adicionais, pré-stacking e gate antecipado, ocasionado pelos elevados índices de atraso e alterações regulares nas escalas das embarcações”, apontou o diretor-técnico do Cecafé, Eduardo Heron, em comunicado.
Para o especialista, existe uma clara necessidade de ampliação na capacidade de pátio e berço, além de um aprofundamento de calados para receber as embarcações maiores em vista da falta de infraestrutura portuária adequada para cargas conteinerizadas no Brasil. Somente em setembro, 69% dos navios, ou 190 de um total de 277 embarcações, tiveram alteração de escalas ou atraso para exportar café nos principais portos do Brasil, conforme o DTZ (Boletim Detention Zero), elaborado pela startup ElloX Digital em parceria com o Cecafé.
O maior prazo de espera foi registrado no Porto de Santos, principal terminal escoador de café brasileiro ao exterior, com 38 dias entre a abertura do primeiro e do último “deadline”. Mesmo diante dos problemas logísticos, as exportações brasileiras de café alcançam recordes neste ano, somando 36,43 milhões de sacas até setembro, com alta de 38,7% em relação aos nove primeiros meses de 2023.
“Apesar dos diversos problemas logísticos, o setor tem dado claros sinais da sua capacidade de alcançar, em praticamente todos os meses deste ano, novos recordes de exportação”, disse o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, em nota.
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