Poucas vezes a percepção de que o tempo é relativo fica tão evidente nas unidades prisionais como no dia de visitas. A vontade dos detentos que recebem familiares é que o tempo passe o mais devagar possível. Já os que não encontram parentes, desejam que o relógio seja ágil. Atento a essa e outras contradições, Alessandro dos Santos Rocha, interno do Conjunto Penal de Valença, decidiu transformar as angústias em texto. Agora, ele e outros dois detentos lançam um livro sobre o cotidiano de quem está privado de liberdade.
A Voz dos Excluídos, livro em formato de história em quadrinhos, que será lançado no dia 27 deste mês, é uma obra escrita a seis mãos. Tudo começou com o desejo de Alessandro dos Santos de externalizar o sofrimento vivido dentro da prisão. A distância durante o nascimento do filho mais novo e a doença do pai foi sentida pelo jovem de 27 anos, que está preso há 1 ano e 3 meses, em Valença.
“As pessoas pensam que o convívio dentro da cadeia vai ser fácil, mas não é. Eu cheguei a pensar em tirar a minha vida. Fiquei longe do nascimento do meu filho e do princípio de AVC que meu pai passou. Foi, então, que comecei a colocar o sofrimento na caneta”, conta Alessandro.
Na manhã de sexta-feira (5), ele e Marcos Paulo Silva de Melo, 34, outro autor do livro, conversaram com a reportagem por vídeo chamada. A conversa de quase uma hora contou ainda com a presença de funcionários do Conjunto Penal de Valença, onde eles estão. Alessandro e Marcos revelaram como a saudade de casa e o arrependimento de terem cometido crimes impulsionaram a elaboração do livro. Leia tudo no atualizabahia
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