Diagnóstico precoce é o principal foco da campanha
Fonte: Imagem Freepik
O número estimado de novos casos de câncer colorretal para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023-2025, é de 45.630, sendo 21.970 a serem diagnosticados em homens e 23.660 em mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, este tipo de tumor ocupa a terceira posição entre os mais frequentes no país. Nas Regiões Nordeste e Norte, é o quarto mais prevalente. Em 2020, a doença matou 20.245 brasileiros. Esses dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam a importância da Campanha Março Azul de prevenção e combate à doença, cuja incidência tem aumentado de forma significativa nos últimos anos.
Segundo o coloproctologista Ramon Mendes, este crescimento deve-se principalmente ao diagnóstico mais precoce, facilitado pelas consultas com coloproctologistas e exames mais frequentes. A Sociedade Brasileira de Coloproctologia recomenda a realização de exame de colonoscopia a partir dos 45 anos em pacientes assintomáticos com objetivo de rastreamento e prevenção da doença. Se o paciente apresentar sintomas antes dessa idade, a realização do exame deve ser antecipada. “Quanto mais cedo o tumor é descoberto e tratado, maiores são as chances de sucesso do tratamento”, destacou o especialista, chefe do serviço de coloproctologia do Hospital Santa Izabel, preceptor da residência em coloproctologia do Hospital Geral Roberto Santos e diretor do núcleo de coloproctologia do Instituto Brasileiro de Cirurgia Robótica (IBCR).
Sintomas e fatores de risco
– O câncer colorretal pode ser assintomático, mas diante de qualquer indício, é essencial consultar um coloproctologista ou gastroenterologista. As manifestações mais comuns incluem diarreia ou constipação, presença de sangue nas fezes, sensação de esvaziamento incompleto do intestino, dor abdominal tipo cólica, inchaço abdominal, fadiga, perda de peso inexplicada e presença de massa palpável no abdômen. A pesquisa de sangue oculto nas fezes pode ser o primeiro passo para investigação, mas a colonoscopia e a biópsia são determinantes para o diagnóstico final.
De acordo com a coloproctologista Meyline Lima, os principais fatores de risco envolvem o consumo excessivo de alimentos industrializados e com baixo teor de fibras, ingestão elevada de carne vermelha, gorduras e álcool, tabagismo, sedentarismo, excesso de peso, histórico pessoal ou familiar de câncer, e idade acima de 45 anos. “A mudança de estilo de vida com hábitos mais saudáveis é a melhor forma de prevenir o câncer colorretal”, ressaltou a especialista, que também integra o IBCR.
Tratamento
– Inicialmente, o tratamento para o câncer colorretal é cirúrgico, visando remover a parte afetada do intestino e os gânglios linfáticos no abdômen. A cirurgia pode ser convencional, videolaparoscópica ou robótica, sendo esta última preferencial para tumores no reto e em pessoas com sobrepeso ou obesidade. A radioterapia, associada ou não à quimioterapia, pode ser indicada em alguns casos para diminuir o risco de recorrência, dependendo das características do tumor e da saúde geral do paciente. Em situações de metástase, as opções terapêuticas podem proporcionar prolongamento da sobrevida e, em alguns casos, cura, dependendo do cenário clínico.
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