O senador Alvaro Dias (PR) afirmou que a reforma da Previdência “não deve ser comemorada por ninguém”, e que ela vai exigir um “sacrifício” da sociedade. Em entrevista à Banda B, na manhã desta sexta-feira (19), o senador afirmou que, mesmo assim, a reforma é necessária para garantir a aposentadoria.
“Ela [a reforma da Previdência] vai exigir que as pessoas trabalhem mais, paguem mais, para receber menos. Mas o objetivo é dizer ‘no futuro você não vai correr o risco, você terá a sua aposentadoria’. Isso é que justifica a aprovação dessa reforma da Previdência, que é resultado da incompetência dos governantes, dos desvios de finalidade”, disse Álvaro Dias.
A aprovação da reforma, segundo o senador, ainda deve passar pelos estados e municípios. Se isso não acontecer, Dias fala que a Previdência ficará “mutilada”.”Se você não inclui os estados e municípios, você faz uma reforma insuficiente. Por isso, o senado terá que trabalhar com esta realidade”, esclareceu.
Para que isso aconteça, os estados e municípios precisam aprovar o que já passou pela Câmara dos Deputados. “Nós vamos aprovar [o que veio da Câmara], e isso será promulgado e entrará em vigor”, explicou o senador, também ao dizer sobre a proposta paralela de inclusão dos estados e municípios.
“Nós apresentaremos uma proposta paralela, que vai incluir os estados e municípios. Isso volta para a Câmara [dos Deputados], que terá que aprovar a inclusão”, completou.
O presidente Jair Bolsonaro liberou, às vésperas da votação da reforma da previdência na Câmara dos Deputados, um valor recorde de emedas parlamentares, que chega a mais de R$ 1 bilhão. Álvaro Dias disse que se o presidente pretende realizar essas ações, deve anunciar com antecedência e transparência.
“Que, se necessário, convoque uma cadeia de emissora de rádio e televisão, primeiramente para agradecer o povo por aceitar essa reforma da Previdência (…) E diga ‘o governo vai liberar tantos milhões, por intermédio dos senadores, para ajudar estados e municípios’. Mas seja transparente, anuncie”, esclareceu o senador, ao falar também da impressão de “toma lá, dá cá” que ficou na Câmara.
“E vai liberar para os que votaram contra a reforma da Previdência. Não se trata de ‘toma lá, da cá’. Por que ficou essa a impressão, que o governo liberou recursos para que os deputados votassem a reforma da Previdência e nós não queremos que isso ocorra no senado”, disse.
Indicação do Eduardo Bolsonaro
Eleitores estão criticando a indicação do filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o cargo de embaixador nos Estados Unidos. “Não há nenhuma dúvida que eu voto contra, voto favorável a tudo que é bom para o país”, afirmou Álvaro Dias.
O senador também disse que não faz oposição ao governo por prazer. “Ao contrário, estou colaborando com o governo, ajudando o governo. Estou sugerindo, contribuindo, votando favoravelmente ao governo. Mas nesse caso, eu antecipo meu voto”, esclareceu.
Ainda de acordo com Álvaro Dias, ele é a favor da meritocracia e não basta ser filho do presidente. “É a embaixada mais importante do mundo. Não basta ser filho do presidente, não basta ser filho de ninguém. Tem que ser da diplomacia, tem que ter mérito, tem que estar preparado para a função”, concluiu.
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