O presidente Jair Bolsonaro publicou uma medida provisória nessa terça-feira (1º) na qual formaliza a estrutura do seu governo, com os 22 ministérios. No documento, o general Hamilton Mourão não recebe qualquer função. A informação é do 'Globo'.
Ainda durante campanha eleitoral, Mourão afirmou à publicação que se preparava para não ser um "vice decorativo". Ele disse ainda que teria uma sala ao lado da do presidente, dentro do Planalto, e participaria efetivamente do governo.
"Eu me vejo como um assessor qualificado do presidente, um homem próximo ali, junto dele, dentro do Planalto, ali do lado dele, nossas salas serão juntas. Não seremos duas figuras distantes, como já aconteceu, um para o lado e o outro para o outro lado. Aquelas reuniões que ocorrem ali, eu estarei presente", disse Mourão à época.
A expectativa do general é que fossem delegadas a ele funções de liderança no governo. "Posso atender à necessidade de coordenar trabalhos que sejam interministeriais. Ele pode me delegar essa tarefa. Por exemplo, em projetos de infraestrutura, de parceria público-privada, coisas que a gente tenha algum conhecimento", propôs.
No entanto, de acordo com a medida provisória publicada nessa terça, os projetos de parceria público-privada ficaram com a Secretaria de Governo, chefiada pelo general Santos Cruz. Já a “coordenação e integração das ações governamentais” está com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que também atuará na “avaliação e no monitoramento da ação governamental e da gestão dos órgãos e das entidades da administração pública federal”, áreas almejadas por Mourão.
Bolsonaro chegou a se irritar com as declarações do vice durante o trabalho de transição, que estariam desalinhadas com o governo. Em dezembro do ano passado, segundo revelado pelo 'Globo', o presidente orientou o vice a ser mais discreto e não se pronunciar. O site contatou a vice-presidência para avaliar a distribuição de tarefas, mas não obteve retorno.
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