Raquel Arriola**Do UOL, em Brumadinho (MG)
A ex-consultora/coach da Vale Maria Clara Paiva Iziodoro contou em entrevista ao UOL que, durante sua trajetória dentro da companhia, conheceu muitos "conflitos morais" de funcionários que aprenderam, nas suas formações acadêmicas, a reconhecer o que caracteriza crimes ambientais, mas que no cotidiano de trabalho eram "voto vencido".
"Na formação dele [do funcionário], ele recebeu muita informação sobre crimes ambientais. Posso te afirmar que dentre os setores da empresa existem muitos debates e muitas vezes funcionário é voto vencido porque a produção quer oferecer um número", conta.
Para Iziodoro, o fato de a Vale deter uma fatia grande do mercado de mineração brasileiro conferia a ela o "direito de ser predatória". "Se você não pactuar com o que a Vale quer, você não tem mercado", conta.
Ontem, a mineradora anunciou interromperá as atividades de mineração em locais próximos a barragens de rejeitos como as de Mariana e Brumadinho.
O diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse que acabará com 19 estruturas como essas - as chamadas "barragens a montante", em um processo que deverá se estender entre três e cinco anos, a depender da localidade. Enquanto isso, as operações de mineração ficarão interrompidas.
Funcionários convivem com sentimento de risco
Durante a entrevista ao UOL, Maria Clara Paiva Iziodoro conta ainda que os funcionários conviviam diariamente com o sentimento de risco em relação à barragem da Mina do Córrego do Feijão, que se rompeu na última sexta-feira (25), e que, na cidade, rondam relatos de que eles viam "trincas" na estrutura dela. Leia mais em https://www.bol.uol.com.br
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