Foto: Divulgação
Um novo composto que inibe o vírus da hepatite C em diversos estágios foi sintetizado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O estudo combinou moléculas já existentes para produzir novos compostos biológicos, método denominado bioconjugação. O novo composto, denominado AG-hecate, também é capaz de agir em bactérias, fungos e células cancerosas.
De acordo com o estudo, o composto também mostrou alto índice de seletividade, o que significa que ele ataca muito mais o vírus do que a célula hospedeira, mostrando potencial para atacar a doença. “Apesar do composto apresentar pequena atividade nos glóbulos vermelhos do sangue, a molécula precisa passar por alterações em sua estrutura para reduzir ainda mais a sua toxicidade. É nisso que estamos trabalhando agora, para que a pesquisa possa evoluir da fase in vitro para a fase in vivo”, afirmou Paulo Ricardo, um dos pesquisadores do grupo.
A pesquisa durou dois anos. Para entrar no mercado, podem levar mais oito anos, já que o tempo médio para planejamento e desenvolvimento desse tipo de medicamento é de dez anos. Segundo o professor Eduardo Maffud Cilli, orientador do estudo, a molécula também age em bactérias, fungos e células cancerosas. No caso do câncer, a molécula interage e destrói a membrana da célula afetada. “Além disso, como os vírus do zika e da febre-amarela apresentam ciclos replicativos bastante parecidos com o do HCV, vamos testar a efetividade do AG-hecate também em relação a esses vírus”, concluiu.
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