O Brasil obteve avanços no diagnóstico, tratamento e controle do vírus HIV nos últimos quatro anos, de acordo com dados do Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, do Ministério da Saúde. Os dados foram divulgados na sexta-feira (24). Até 2016, o país tinha 84% das pessoas diagnosticadas com o vírus em tratamento. O documento avalia metas da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2020. O Brasil registrou um aumento de 18% no diagnóstico de pessoas com vírus HIV e 15% em quantidade de soropositivos que fazem tratamento médico regular. Os números, entretanto, não representam um aumento real no número de infecções, mas sim que as “novas tecnologias de testes rápidos têm aumentado a cobertura”, segundo Adele Benzaken, diretora do Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis IST, HIV, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. De acordo com o plano da ONU, os países signatários devem chegar a 2020 com 90% das pessoas que vivem com HIV testadas. Destas, 90% precisam ter aderido à profilaxia, ou seja, ao tratamento médico continuado, e destas, 90% devem estar com a carga viral zerada no sangue - isso atestaria a eficácia dos medicamentos. "O ministério reconhece que pessoa com carga viral indetectável não transmite o vírus HIV", disse Benzaken. Segundo o Ministério da Saúde, 830 mil brasileiros tem o vírus. Do total, 72% estão em tratamento e quase todas tem a carga viral suprimida – isso é, são as chamadas “pessoas indetectáveis”, que não transmitem o vírus. "Essas pessoas em tratamento estão no sistema público de saúde, com recurso nacional. Em qualquer outro país do mundo com esse quantitativo de pessoas, há financiamento externo", destacou Adele Benzaken. "E isso só acontece no Brasil, porque a lei garante que toda pessoa infectada tenha acesso ao tratamento”. Para atingir a meta da ONU, que é eliminar a aids no Brasil até 2030, é preciso fortalecer as políticas de prevenção ao vírus, quanto pelo tratamento regular, que reduz a carga viral no sangue. BN
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