por Ana Cely Lopes
Além de brincadeiras e presentes, a semana do Dia das Crianças também é uma oportunidade para refletir sobre a violência contra a criança e o adolescente. Casos de ameaça, estupro, lesão dolosa e tentativa de homicídio fizeram parte da realidade de mais de 3.880 crianças e adolescentes baianos, dado divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), que reflete ao primeiro semestre de 2017. Por mais que, em relação ao ano de 2016, os números tenham diminuído em cerca de 20%, a situação ainda é alarmante e se relaciona com uma "cultura e educação baseada no castigo, na agressão física". Isso é que explica Ana Crícia Macedo, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Derca). "Constatamos a violência física em grandes proporções. Chega gente que esquentou a colher no fogo para queimar a língua de criança que xingou", contou. Segundo a delegada, é preciso mudar a cultura da educação baseada na agressão e buscar o diálogo. "Há outras formas de repreender o filho. Você pode tirar dele um passeio, uma televisão, um videogame, tem outras formas de educar, de dar limites", disse Ana Crícia. Geralmente os casos de violência não são só físicos, já que crianças e jovens estão em desenvolvimento. Casos de abusos físicos e sexuais geralmente deixam marcas e, se não tratados com terapia, podem gerar distúrbios e transtornos psicológicos. Muitas vezes não é possível evitar, mas os pais que querem de alguma forma tentar prevenir que os filhos sofram uma possível violência física ou sexual devem ficar atentos a alguns cuidados básicos. "Temos que orientar desde pequenos que existem lugares do corpo que outras pessoas não podem tocar e também devemos manter relação de confiança com a criança para ela não sentir medo de contar caso aconteça alguma coisa", explicou Ana Crícia. BN
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