por Luiz Vassallo | Estadão Conteúdo
Enquanto esteve hospitalizado no Sírio-Libanês, o engenheiro Glaucos da Costamarques trocou 12 telefonemas com o advogado Roberto Teixeira, que defende o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação consta no relatório de quebra de sigilo telefônico de Glaucos, que é proprietário do apartamento vizinho à unidade onde mora o petista, em São Bernardo Campo (SP). O dado foi apresentado pela força-tarefa da Lava Jato no âmbito de incidente de falsidade instaurado para investigar a validade dos recibos de aluguel do apartamento apresentados pela defesa de Lula para comprovar a relação de locador e locatário entre Glaucos e a mulher de Lula, Marisa Letícia, morta em fevereiro. Em depoimento, Glaucos afirmou que recebeu a visita de Teixeira enquanto estava hospitalizado para que ele assinasse recibos retroativos a todo o ano de 2015. No entanto, o hospital não encontrou registros de visitas do advogado ao suposto laranja. Após novo pedido de Moro, o hospital voltou ontem a dizer que não encontrou registros de entrada de Teixeira. Para a procuradoria, as ligações "vêm a corroborar a narrativa feita por Glaucos da Costamarques a respeito de ter sido contatado por Roberto Teixeira durante a internação". Já os advogados de Lula afirmaram, em nota, que o MPF está agindo de forma "desleal", criando uma "nova versão" após o desmentido do hospital. "O MPF busca, ainda, confundir chamadas não efetivadas e ainda chamadas dirigidas a um ramal central com supostos telefonemas ao advogado Roberto Teixeira", diz o texto. BN
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