por Fernando Duarte
O governador Rui Costa colocou uma pá de cal sobre as expectativas de partidos da base aliada em ampliar o espaço dentro do governo. A afirmação foi feita na tarde desta segunda-feira (2) logo após a posse da nova secretária de Cultura, Arany Santana. A saída de Jorge Portugal já era dada como certa após o então titular da Secult entrar em rota de colisão com o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), que detinha controle de parcela expressiva dos cargos da pasta. Além da substituição de Portugal por Arany, a minirreforma administrativa retirou o deputado federal Fernando Torres (PSD) da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), abrindo espaço para a ex-prefeita de Barreiras, Jusmari Oliveira (PSD), assumir o comando da Sedur. Em agosto, quando as movimentações sobre mudanças no primeiro escalão do governo Rui começaram a circular nos bastidores, ainda eram citadas rearrumações envolvendo o ex-governador Jaques Wagner, atualmente na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, do deputado federal Josias Gomes, que comanda a Secretaria de Relações Institucionais, e ainda as quedas de Geraldo Reis, na Secretaria de Meio Ambiente, e até de Vivaldo Mendonça, que sairia da Secretaria de Ciência e Tecnologia. Todas as mobilizações, todavia, não vingaram e pouco se alterou na máquina estatal, ao menos no secretariado. No entanto, Rui ainda precisa debelar a cobrança de partidos da base aliada, a exemplo do PR e do PP, que reclamaram recentemente por mais espaço. O PR, inclusive, tornou pública a insatisfação de deter o controle da Secretaria de Turismo sem indicar o presidente de um dos braços da pasta, a Bahiatursa, ainda sob o comando de Diogo Medrado, indicado pelo então republicano Marcos Medrado e que permaneceu no posto após a saída do pai do partido. Em um primeiro momento, a declaração de Rui parece descompromissada. O governador apontou que novas mudanças no governo devem acontecer apenas em março de 2018, quando começam os prazos de desincompatibilização para candidatos no pleito de outubro. Até lá, os aliados que tentarem dissuadi-lo dessa estratégia devem acabar frustrados. Não chegou a ser uma indireta, porém para bons entendedores, não são necessárias declarações extras: Rui não quer saciar a fome dos “amigos famintos”. BN
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