por Ricardo Noblat
Um dia desses, escrevi que seria moleza a aprovação pela Câmara dos Deputados da reforma trabalhista. Como se tratava de projeto de lei bastava ao governo garantir a presença em plenário de 257 deputados e conseguir que metade mais um deles votassem a favor.
Compareceram à votação 473 de um total de 513 deputados. E 296 votaram a favor, 177 contra. No caso da reforma da Previdência, trata-se de Proposta de Emenda Constitucional (PEC). O governo precisará de um mínimo de 308 votos para aprová-la.
Ele acha que os 296 deputados que disseram sim à reforma trabalhista dirão sim à da Previdência. Faltaria conquistar, apenas, mais 12 votos. Moleza! Não, não é. Pode parecer que seria porque o governo tem muitos favores a oferecer aos 12 restantes em troca do seu voto.
Ocorre que ele sabe que os 296 votos de ontem dificilmente se repetirão na hora de votar a reforma da Previdência. O mais provável é que não se repitam. A reforma da Previdência mexe com maiores interesses do que a reforma trabalhista. A resistência à sua aprovação é muito maior.
O governo de Fernando Henrique Cardoso não conseguiu fazê-la. O governo Lula fez um arremedo de reforma. Os dois foram governos eleitos pelo voto popular e que na época contavam com índices de aceitação razoáveis. O desemprego era baixo. E a corrupção muito menor.
Uma coisa é distribuir favores para abiscoitar mais 12 votos. Outra muito diferente é ter o que oferecer a 12 e a mais 296. De resto, a questão não se resume ao é dando que se recebe. A reforma da Previdência foi mal explicada. A maioria dos brasileiros é contra. Haverá eleições em 2018.
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