Em seu site oficial, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de SP) anunciou que mais da metade dos médicos recém-formados em universidades do Estado de São Paulo foram reprovados na avaliação de proficiência de 2016. Ainda, em comparação ao ano de 2015, houve um aumento de 8,3% na taxa de reprovação.
Segundo informações da EBC (Agência Brasil), 2.677 novos profissionais foram avaliados, enquanto 2.726 foi o número de 2015. Do total de 2016, cerca de 1.511 não conseguiram atingir a margem mínima de acertos. Para serem aprovados, os novos médicos precisam acertar pelo menos 72 das 120 questões propostas (60% de acerto). Apenas 1.166, cerca de 43,6% dos avaliados, foram aprovados, enquanto que, em 2015, 1.414 (51,9%) obtiveram a média necessária. http://www.jornalciencia.com
O levantamento do Cremesp mostra que os recém-formados vindos de faculdades particulares apresentaram um desempenho mais baixo em relação aos alunos de instituições públicas. Segundo o Conselho, a avaliação foi feita com formandos de 30 das 46 escolas médicas em atividade em SP. As outras escolas, abertas há menos de seis anos, ainda não haviam apresentado as turmas de graduados no momento do teste.
A avaliação de proficiência, que consiste em 120 perguntas que devem ser respondidas em um período de até cinco horas, é baseada no conhecimento básico relacionado à profissão. O pior desempenho dos recém-formados foi na área de saúde pública e epidemiológica, com uma média de 49,1% de acertos, enquanto que a média de pediatria foi de 53,3% e obstetrícia, 54,7%.
De acordo com o Cremesp, muitos dos candidatos não foram capazes de interpretar imagens para diagnósticos e administração terapêutica para problemas básicos de saúde – como hipertensão ou doenças respiratórias. Ainda 80% deles erraram a conduta de tratamento necessário para pacientes idosos e 75% não sabia como identificar as principais características e tratamento de problemas respiratórios.
De acordo com Mauro Gomes Aranha de Lima, presidente do Cremesp, o desempenho dos recém-formados reflete a situação “sistêmica” do país e “ausência de um exame obrigatório de avaliação” capaz de promover um aperfeiçoamento do curso de Medicina. Ele defende que os inaptos sejam impedidos de exercer legalmente a profissão até que as lacunas de conhecimento sejam preenchidas.
Ainda, ele argumenta que o teste é fundamental para que o profissional demonstre ser capaz de desenvolver raciocínio clínico, identificando as doenças mais prevalentes na população. No entanto, ele assegura que o objetivo do Conselho não é alarmar as pessoas, mas sensibilizar as autoridades governantes e legisladoras para que tornem o exame obrigatório em todo o Brasil, e fazer com que o MEC adote novos critérios de fiscalização. [ EBC / Cremesp ] [ Fotos: Reprodução / Pixabay ]
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