Em São Paulo
A rebelião que deixou ao menos 26 mortos na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, repercutiu nos principais jornais estrangeiros, que deram destaque aos requintes de violência e à superlotação dos presídios.
As decapitações e mutilações foram destacadas pelo "The New York Times", que afirmou que este tipo de violência é comum nas penitenciárias brasileiras. O diário norte-americano também ressaltou que 40% dos presos no Brasil ainda aguardam sentença da Justiça e que na Penitenciária de Alcaçuz há cerca de 1,1 mil detentos, quando a capacidade é para 620.
O britânico "The Guardian" afirmou também que a rebelião no Rio Grande Norte alimenta a crise do sistema penitenciário brasileiro, que teve início em Manaus, na primeira semana de 2017, e já soma cerca de 140 mortes.
Segundo informações apuradas pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o motim teve início na noite de sábado, 14, e só foi controlado na manhã de domingo, 15, após 14 horas.
O secretário de Justiça e Cidadania do Estado, Wallber Virgolino Ferreira da Silva, disse que esta foi a maior rebelião já registrada no complexo prisional de Alcaçuz, criado no fim da década de 1990. As autoridades atribuem o massacre a seis homens ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa de São Paulo.
O PCC, inclusive, foi citado pelo site da rede de televisão CNN. A reportagem diz que a rebelião teve início após uma briga entre a facção paulista e uma facção local chamada Sindicato do Crime do RN. A CNN lembrou também que o PCC estaria envolvido nos outros massacres ocorridos em penitenciárias brasileiras em 2017, no Amazonas e em Roraima.
Outro site que também noticiou o caso foi o da rede de televisão britânica BBC. Além de divulgar o número de mortes e as falas de autoridades sobre o caso, a reportagem do site afirma que motins não são incomuns em prisões superlotadas do Brasil, em grande parte controladas por poderosos grupos criminosos.
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