Empresa nuTonomy ofertou corridas gratuitas aos passageiros para testar veículo autônomo
PAULA SOPRANA
Na última semana, o Uber anunciou a compra da Otto, uma startup de tecnologia israelense especializada no desenvolvimento de caminhões autônomos, e uma aliança de US$ 300 milhões com a montadora sueca Volvo. Os dois movimentos convergem no empenho da empresa em ser pioneira na oferta de transporte autônomo aos passageiros. Foi uma empresa saída do MIT, no entanto, que ofereceu o serviço para clientes comuns. Nesta quinta-feira (25), a nuTonomy testou umtáxi sem motorista nas ruas de Cingapura, em uma parceria com o governo de lá.
Primeiro táxi sem motorista começa a andar nas ruas de Cingapura (Foto: Edgar Su/Reuters)
As viagens foram gratuitas e os passageiros foram acompanhados de um engenheiro, que permaneceu no banco da frente por precaução. “Este é realmente um momento na história que vai mudar como as cidades são desenvolvidas, como nós realmente olhamos para nosso entorno”, afirmou à Reuters o executivo Doug Parker. Ele espera que a empresa tenha 100 táxis nas ruas até 2018.
No ano passado, Travis Kalanick, presidente executivo do Uber, afirmou que a migração tecnológica para carros autônomos era inevitável: “Entendam. É por esse caminho que o mundo está indo. Se o Uber não for nesse sentido, deixará de existir de qualquer maneira”. Vendo a repercussão não muito positiva entre seus motoristas, Kalanick se justificou no Twitter. Escreveu que era um processo que iria levar mais de uma década, lá por 2035, e que até lá muita coisa poderia acontecer. Nesta semana, o Uber realizou testes de rua com carros autônomos nos Estados Unidos. Um Ford Fusion híbrido, equipado com sensores que incluem câmeras, radares e scanners, circulou pelas ruas de Pittsburgh, na Pensilvânia.
Apesar de ainda ser difícil imaginar um veículo sem motorista guiando o trajeto de passageiros (ainda faz pouco tempo que deixamos de pagar corridas com cartão ou dinheiro), os carros autônomos são apresentados pelas empresas como salvadores de vidas. O Uber afirma que eles têm o poder de diminuir a estatística de acidentes, pois 90% dos casos graves acontecem por erro humano. Um dos pontos que a indústria desenvolverá atenção é em um novo tipo de segurança. Veículos autônomos têm seus componentes elétricos conectados pela internet. Eles também são desenvolvidos para coletar dados e mapeamentos, a fim de tornarem-se mais cognitivos. O risco, portanto, será evitar vulnerabilidades como as existentes em computadores comuns: invasões de sistemas, manipulações e vírus.
Empresas como Google, Tesla, BMW e Apple também investem no nicho, que é promissor. A data mais comum nos anúncios para lançamentos nesse setor é entre 2020 e 2021, mas casos como os de hoje tendem a forçar a rapidez do desenvolvimento desse mercado. Uma conclusão prévia, pelo menos para o Brasil: se os modelos derem certo no médio prazo, a briga entre motoristas de Uber e táxi foi muito desnecessária.
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