Pessoas que já experimentaram os efeitos de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) têm visto notáveis melhoras na fala, força e mobilidade após um tratamento realizado com células-tronco. Injetadas diretamente no cérebro de algumas delas, a técnica conseguiu até recuperar a capacidade de andar.
Contudo, ainda é muito cedo para que o sucesso deste pequeno estudo sugira que subestimamos a capacidade do cérebro de se curar sozinho. Porém, ele pode propor que, um dia, o órgão seja capaz de desencadear a recuperação de algumas funcionalidades consideradas perdidas.
Segundo os cientistas, uma mulher de 71 anos, que até então só era capaz de mover apenas seu polegar esquerdo, hoje pode caminhar e levantar os braços acima da cabeça. Este é apenas o segundo teste realizado com injeções de células-tronco no cérebro de um paciente que sofreu AVC. No ano passado, no Reino Unido, um experimento semelhante também mostrou resultados igualmente promissores em pacientes, em mais de um ano após o início do tratamento.
O último estudo, no entanto, foi realizado por uma empresa chamada SanBio, sediada na Califórnia. A equipe de cientistas testou o procedimento em 18 pacientes envolvidos em um Acidente Vascular Cerebral entre seis meses e três anos antes, o que significava que o progresso de autocura estava estagnado. Logo, todos relataram algumas melhorias na mobilidade, e sete deles afirmaram ter notado um progresso “significativo”.
Antes, e até um ano depois, os pesquisadores mediram a mobilidade dos pacientes em uma escala de 1 a 100 – sendo 100 totalmente móvel – e descobriram que, em média, tinham melhorado em 11,4 pontos, o que é considerado clinicamente significativo.
A técnica, no entanto, envolve a injeção de células estaminais mesenquimais – doadas por pacientes saudáveis – através de um pequeno furo no crânio, em regiões do cérebro que são responsáveis pelos movimentos e que, até então, tinham sido danificadas pelo AVC. Porém, os cientistas ainda não sabem como que exatamente essa melhora acontece. Ao que tudo indica, as células estão acionando o cérebro para se tornar “jovem” novamente.
Contudo, por mais promissor que pareça, ainda há muito a ser feito para que se torne viável. Todos os pacientes relataram pelo menos um efeito colateral após o tratamento, de modo que ainda mais testes precisarão ser feitos para verificar a segurança do procedimento.
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