Uma maneira nova e promissora poderia ajudar a prevenir o HIV em mulheres. Dois estudos demonstraram o efeito de um anel vaginal como uma forma de ministrar medicamentos que podem impedir a transmissão do vírus HIV, causador da AIDS.
O resultado de um estudo, publicado no portal doNew England Journal of Medicine, mostrou que mulheres com mais de 21 anos que receberam o anel tiveram uma incidência 27% menor de HIV do que as mulheres que receberam um anel de placebo sem medicação. O segundo estudo, teve números semelhantes, com 37% menos infecções em mulheres com mais de 21 anos que receberam o anel com medicação. O anel trabalha com a liberação de uma substância química chamada dapivirine que interfere na forma como o HIV se replica.
Os pesquisadores estudam esse método há mais de duas décadas como uma forma potencial de prevenção do HIV em mulheres. Estudos demonstraram que outras medidas preventivas ao HIV, tais como comprimidos e géis vaginais, não foram bem-sucedidas na diminuição das taxas de HIV em países subsaarianos, incluindo África do Sul, Uganda e Tanzânia.
Pesquisadores acreditam que um grande problema nesses dois métodos foi a adesão e a rotina regular de tomar a medicação. O método deve ser aliado a tratamentos preventivos, como pílulas anticoncepcionais, que têm de ser tomadas de forma consistente a cada 24 horas para os efeitos serem efetivos. Das 35 milhões de pessoas que vivem atualmente com HIV, metade são mulheres, com a maioria vivendo em países da África Subsaariana.
O estudo, que aconteceu em Maláui, África do Sul, Uganda e Zimbábue, foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde locais, e envolveu mais de 2.600 mulheres, com metade delas recebendo o anel com medicamento e a outra metade recebendo um anel de placebo. De agosto de 2012 a junho de 2015, as mulheres foram examinadas mensalmente, recebendo um novo anel. Os médicos também testaram o sangue das mulheres para ver o quanto de ingrediente ativo do anel estava presente na corrente sanguínea, para saber se o funcionamento estava regularizado.
Usando esse método, os resultados sugeriram que as mulheres com idades entre 18 e 21 anos eram menos propensas a aderir totalmente à medicação, mas entre as de 21 adiante, a aderência foi elevada e efetiva – a taxa foi de 70%. Até o final do período de estudo, 168 participantes haviam contraído o HIV. 97 dessas mulheres faziam parte do grupo que recebeu placebo, e 71 estavam no grupo medicado. Isso se traduz em uma taxa de infecção 27% menor para as mulheres que receberam o anel medicado. Outra observação promissora foi que após o primeiro mês, a adesão aumentou, o que os pesquisadores sugeriram estar relacionado com um maior conforto notado pelas usuárias do anel. [ Foto: Divulgação / Andrew Loxley / Partnership for Microbicides ]
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