Merelyn Cerqueira - De acordo com o Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS), a sepse é um conjunto de manifestações graves que atinge todo o organismo e é produzido por uma infecção.
A infecção pode começar com algo pequeno, como um corte no dedo ou uma gripe, mas pode provocar uma resposta exagerada do sistema imunológico na tentativa de combater a pequena ameaça, atacando não só os invasores, mas também tecidos e órgãos.
O quadro pode comprometer o funcionamento do organismo do paciente, levando-o à morte ou à amputação de membros do corpo. A sepse, quando descoberta em estágio inicial, pode ser tratada com uma forte dose de antibióticos, no entanto, ainda é desconhecida por grande parte do público e pouco reconhecida pelos médicos.
Em um caso relatado pelo Daily Mail, que aconteceu em Sutton Coldfield, na Inglaterra, um homem de 37 anos, pai de dois filhos, chamado Jem Abotts, decidiu fazer vasectomia, um procedimento realizado com sucesso em muitos homens a cada ano. No entanto, dentro de 10 dias, ele veio a falecer de uma condição mortal que, se descoberta a tempo, é muito fácil de ser tratada.
Jem realizou a vasectomia e seis dias depois sentiu-se debilitado, “como se estivesse com uma gripe”, relatou a esposa Karen. Após ser avaliado por um médico, que diagnosticou a condição como uma infecção causada pela cirurgia, Jem foi medicado com antibióticos. Quando acordou no dia seguinte, queixava-se de frio e do aparecimento de manchas estranhas em um dos lados do copo. Ambos os sintomas causados pela pressão arterial baixa – mais um sinal de sepse. Quando foi levado ao hospital, o homem já estava desorientado até que perdeu a consciência e foi colocado em uma máquina, desligada três dias depois.
Em outro caso, quando Corinne Hutton, de 43 anos, procurou ajuda médica após desenvolver uma tosse, foram-lhe receitados antibióticos para tratar uma suposta infecção respiratória. A mulher continuou sentindo-se mal e após vomitar sangue resolveu procurar ajuda novamente. Quando chegou ao hospital, perdeu a consciência. “Os médicos não acreditavam que eu viveria, eu vi quando meu irmão chegou de Dubai no hospital com um terno preto”, disse ela. Sua pressão arterial caiu drasticamente, a oxigenação do sangue estava muito baixa e os órgãos de Corinne começaram a falhar. Os médicos colocaram-na em coma induzido e lutaram por três semanas para salvar sua vida. Quando acordou, a mulher descobriu que seus pés e mãos precisariam ser amputados. Dois anos depois do ocorrido, ela luta para viver uma vida normal com as sequelas deixadas pela sepse.
No Brasil, de acordo com o ILAS, a sepse é responsável pela ocupação de 25% dos leitos, sendo a principal causa de morte dentro das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia.
A taxa de mortalidade no País é de 65% dos casos, enquanto que a média mundial fica em torno de 30 a 40%. Além disso, a condição é a principal geradora de custos nos setores públicos e privados, pois são necessários equipamentos sofisticados, medicamentos e muita mão de obra médica. Entre os casos famosos de pessoas que morreram de choque séptico, está o ex-jogador Sócrates, que após procurar ajuda médica para tratar de uma cirrose, acabou morrendo em 2011, devido à infecção generalizada. [ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Daily Mail ]
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