Embora a gestão de José Eduardo Cardozo à frente do Ministério da Justiça não fosse unanimidade na Polícia Federal (PF), a demissão não foi bem recebida nos bastidores da corporação. Agentes e delegados receiam que o governo, sob pressão do PT, tente controlar as investigações da Operação Lava-Jato.
Em nota, a Associação Nacional dos Delegados da PF manifestou "extrema preocupação" com a saída do ministro. A categoria disse que adotará medidas para "preservar a pouca, mas importante, autonomia" que a instituição conquistou, "livre de pressões externas ou de orientações político-partidárias".
Nos corredores, Cardozo era criticado por defender o governo com veemência a cada fase da Lava-Jato. Também desagradava aos policiais a sucessiva abertura de inquéritos para apurar o vazamento de informações à imprensa, motivada pelas queixas do PT. Divergências à parte, a corporação reconhece que o ministro não tentou manietar o trabalho investigativo e adianta que não irá permitir interferências no rumo das operações.
— Se o governo tentar controlar, será um tiro no pé. O pessoal vai cair matando. A Polícia Federal é órgão de Estado, e não de governo. A Lava-Jato já tem dois anos e não há como voltar atrás. Vai ser um tsunami, levando quem aparecer pela frente — avisa um policial lotado no Paraná, onde estão concentradas as investigações da Lava-jato.*Foto: Gabriel Rosa/Agência RBS*Fonte: Fábio Schaffner/Especial/Zero Hora
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