"Me senti como um prisioneiro", disse o ex-presidente Lula a uma plateia de militantes petistas depois de cerca de três horas no posto da Polícia Federal (PF) no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Para alguns juristas, foi isso mesmo que aconteceu, pois quando acontece a condução coercitiva a pessoa durante o tempo em quê é conduzido até o retorno ao seu domicílio ele está privado do seu direito constitucional de ir e vir, algo que se caracteriza como uma prisão. Naquele momento, Lula estava se fazendo de vítima diante de seus fanáticos seguidores, fazendo-os acreditar que o "Grande Guia" teria sido sequestrado pela PF por ordem de juiz Sérgio Moro. O ex-presidente mostrou ser um bom ator quando deu a entender que chorava. Dirigentes do PT, à frente o presidente nacional do partido Rui Falcão, passaram a repetir o discuso de Lula;
Diante das câmeras de TVs, até a presidente Dilma saiu em defesa daquele que um dia quis que ela mudasse de partido para não prejudicar a imagem dele na sua pretensão de tentar voltar ao Palácio do Planalto, pois as crises econômica e política do Governo poderiam desgastá-lo uto à opinião pública. Logo Dilma que se negou a defender o PT antes, declarando: "Não sou presidente de um partido só, sou presidente de todos os brasileiros". Pressionada pela condução coercitiva de Lula e pela delação do senador Delcídio Amaral, ela voltou a ser "presidente de um partido", passando uma borracha naquilo que dissera com tanta ênfase;
Diante do que assistimos ontem em frente ao prédio onde Lula reside, em São Bernardo do Campo, em frente às sedes do diretório do PT e do Instituto Lula, na sede da Cooperativa dos Bancários e no saguão do Aeroporto de Congonhas, quando grupos favoráveis e contrários ao ex-presidente se enfrentaram até com alguma violência, são por demais perigosas as convocações de Lula e de Rui Falcão, presidente nacional do PT, para que os militantes saiam às ruas para defenderem seu líder maior. Isso é muito perigoso! Como se dizem democráticos, os petistas podem defender Lula, mas os contrários têm o mesmo direito. A melhor definição sobre o depoimento do petista é do procurador-regional da República e integrante da força-tarefa da Operação Lava-Jato, Carlos Fernandes de Lima: "Esse é um momento de sermos republicanos. Não há ninguém isento de investigação neste país". por Airton Leitão
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