Opinião: Governo caminha para o ponto final / por Samuel Celestino
A presidente Dilma Rousseff reúne os seus ministros para discutir, todo santo dia, a complicada situação que está envolvida, a caminho do impeachment. Ontem, reuniu os ministros integrantes do PMDB, que são sete, para pedir a eles um esforço na tentativa de evitar que o partido se afaste da base aliada do governo, na reunião que ocorrerá na próxima semana do diretório partidário, previsto para o dia 29. Vai ser muito difícil. A maioria dos seus integrantes deseja sair o mais rápido possível, por entender que o circo está em fogo e o impeachment vem a galope. A presidente faz discursos diariamente, centrada apenas na sua causa e não no governo que atravessa momentos de muita tensão e dificuldades, como demonstra o aumento do desemprego, que já alcança 9,5%. Aumenta, em razão, a desigualdade entre as classes sociais, atingindo, prioritariamente, a classe pobre. Enquanto o Palácio do Planalto reúne ministros em torno de Dilma para discutir a situação inusitada da República que atrai atenções internacionais, somente a mega empresa Odebrecht, que talvez já não seja mega, deve nada menos de 100 bilhões de reais e tenta acalmar os devedores. Os seus milhares de empregados estão em estado de pânico sem saber o que acontecerá. Talvez seja por isso que a empreiteira tenha divulgado na mídia que faria “uma contribuição (delação) definitiva”, negada pela Policia Federal, ao dizer que não foi feito nenhum acordo neste sentido. A desordem republicana é total. Lula, que seria a tábua de salvação esperada por Dilma, aguarda uma definição do Supremo Tribunal Federal para saber se irá, ou não, comandar a Casa Civil. Como o colegiado do STF só se reunirá na próxima semana, poderá decidir com atraso. Lula, então, ficaria sem condições de dialogar para convencer o PMDB por estar a caminho da oposição. O que será para governo uma espécie de ponto final. BN
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